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Auditoria Independente
Avaliação de controles internos e características operacionais para alinhar às boas práticas de governança
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Consultoria Contábil
Foco em instrumentos financeiros e contratos de seguros, cumprimento de requisitos e mudanças regulatórias
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Consultoria Financeira
Especialidade técnica e soluções tecnológicas para identificar oportunidades operacionais e de negócios
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Auditoria Interna
Avaliação de gestão de riscos e controles internos, incluindo aspectos socioambientais para elevar a performance
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Serviços Atuariais
Soluções eficazes para auxiliar o mercado de transferência de riscos com normas para provisões e solvência
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Modelagem de Riscos
Predição com estatística e machine learning aplicados à gestão de riscos
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Soluções em Tecnologia
Otimização de processos e controles, atendimento de requerimentos regulatórios e melhor eficiência operacional
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Open Banking
Integração dos aspectos de governança e tecnologia para o processo de adesão e manutenção junto ao Bacen
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PIX
Inovação e inclusão no sistema de meios de pagamento
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Gestão eficiente da cadeia de suprimentos hospitalar
Consolidação, redução de custos de aquisições, padronização e otimização do processo de compras
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Auditoria interna hospitalar
Solução de data analytics para execução de auditoria interna focada no setor da saúde, garantindo maior agilidade e precisão na tomada de decisões
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RN 443 – Implantação geral e emissão de PPA
Maiores controles internos e gestão de riscos para fins de solvência das operadoras de planos de assistência à saúde
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RN 452 – Apoio da estruturação da auditoria interna de compliance
Avaliação de resultados das operadoras de saúde para assegurar conformidade legal em seus processos
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Relatório SOC 2
Com Relatório SOC, certificação e parecer independente é possível agregar credibilidade aos beneficiários do setor de saúde sobre os processos internos e controles
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Energia e tecnologia limpa
Soluções para para geradores, investidores ou concessionárias prestadoras de serviços públicos que desejam investir no mercado de energia sustentável.
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Petróleo e Gás
Auxiliamos sua empresa na procura de opções de financiamento, gerenciamento de risco e na criação de legitimidade local para operar.
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Mineração
Construção de força de trabalho com mais mobilidade, entendimento das alterações da legislação e elaboração de processos para gerenciar riscos de corrupção.
Peter Bodin, CEO da Grant Thornton International Ltd, compartilha sua visão sobre o que governos, formuladores de políticas e normatizadores precisam fazer para permitir que o mid-market desempenhe sua parte no cumprimento das metas da COP26.
Mid-market reconhece que ESG é um imperativo de negócios
Na Grant Thornton, estamos próximos de empresas de médio porte internacionalmente. Em todo o mundo, nossas firmas-membro apoiam empresas deste segmento em todos os setores, do varejo à manufatura. Isso nos dá uma visão ampla sobre a percepção do mid-market em relação aos riscos e oportunidades em constante mudança. A cada ano, aprofundamos esse entendimento por meio de nosso International Business Report (IBR), nossa tradicional pesquisa de mercado, incluindo aspectos sobre sustentabilidade.
Sabemos que as empresas de médio porte desejam se tornar mais sustentáveis, refletindo sua natureza empreendedora e voltada para o futuro. Também reconhecemos o papel vital que nós, como provedores de serviços, podemos desempenhar no apoio à transição para Net Zero. É por isso que recentemente nos juntamos à Net Zero Financial Service Providers Alliance. Como apontam os objetivos da COP26: “só podemos enfrentar os desafios da crise climática trabalhando juntos”.
As empresas de médio porte reconhecem a ação sobre a sustentabilidade como um imperativo de negócios, em vez de apenas "fazer a coisa certa", dada a pressão crescente de seus grandes clientes, consumidores e concorrentes da cadeia de suprimentos multinacionais. Nossa pesquisa IBR mais recente confirma isso – 62% dos entrevistados dizem que a sustentabilidade é tão ou mais importante do que o sucesso financeiro. E 72% dizem que priorizar a sustentabilidade se tornou mais importante do que antes da pandemia.
As empresas de médio porte são a engrenagem das economias em todo o mundo. Portanto, elas são essenciais para atingir os objetivos da COP26. Mas, se o mid-market deve cumprir sua parte ao máximo, precisará de um suporte significativo. Então, como os governos, formuladores de políticas e normatizadores podem atender às necessidades do mercado de médio porte e, no processo, criar o ambiente adequado para ajudar a garantir o Net Zero global e 'liberar os trilhões em finanças privadas que são necessários para nos levar ao Net Zero em meados do século'¹.
Reduzindo barreiras para o mercado de médio porte - o que os formuladores de políticas precisam fazer:
1. Facilitar as coisas: crie um mapa de rotas
Quando converso com especialistas em sustentabilidade em nossas firmas-membro que estão ajudando empresas de médio porte em todo o mundo a articular sua agenda ESG, uma coisa é evidente – onde quer que estejam em sua jornada rumo à meta Net Zero, as empresas de médio porte precisam de mais clareza.
Angela Jhanji, diretora de ESG e Sustentabilidade da Grant Thornton US, diz que muitos não sabem por onde começar.
“Nos Estados Unidos, as empresas de médio porte estão tentando descobrir o que ESG e sustentabilidade significam para sua indústria e tamanho de negócio em particular. Como em outros países, a divulgação ESG não é regulamentada, mas as empresas estão sentindo uma pressão de cima para baixo dos investidores e uma pressão horizontal através da cadeia de suprimentos de fornecedores, vendedores e clientes. Quando eles vêm nos pedir ajuda, eles fazem perguntas como ‘qual é a primeira etapa?
O que isso significa para minha empresa?’. Esta é uma grande jornada para o mercado intermediário. Não se trata apenas de relatar, é como pensar sobre sustentabilidade, como desenvolver uma perspectiva autêntica, como pensar sobre temas materiais e como se comparar a si mesmo para ter um bom entendimento de onde você se encontra em seu grupo de mercado e indústria. Não é de surpreender que muitas empresas de médio porte se sintam confusas”.
Daniele Barreto e Silva, líder de Sustentabilidade da Grant Thornton Brasil, ressalta que, com toda essa movimentação em torno dos aspectos ESG, as empresas brasileiras de médio porte estão ansiosas em dar direção para suas ações de sustentabilidade. Porém, elas ainda estão entendendo o que é de fato a sustentabilidade em termos conceituais e como ela se aplica dentro do seu negócio.
“Há dúvidas de até que ponto as ações atuais já se incluem nas boas práticas e recomendações, se o que estão reportando de fato é relevante e o que precisa ser feito para evoluir. Na ansiedade de fazer, a empresa pode investir em ações que podem não ser as mais acertadas no médio e longo prazo. Um bom primeiro passo é o entendimento do ponto de partida, identificando sua maturidade quanto aos aspetos ESG, seus pontos de evolução, priorizá-los conforme sua estratégia e integrá-los em suas operações. Isso tudo de forma alinhada com os temas materiais para a empresa, pois não adianta ter atuação em questões que não estão ligadas ao core business e aos impactos e riscos associados”.
Os resultados mais recentes do IBR confirmam que esse sentimento de confusão é generalizado - 31% dos entrevistados disseram que a falta de clareza em torno de novos regulamentos e requisitos estava retardando seu progresso em sustentabilidade.
Key Point
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A neutralidade de carbono é alcançada quando nenhum equivalente de dióxido de carbono é adicionado à atmosfera pela organização. Isso pode envolver a eliminação de emissões, a compensação delas ou uma combinação de ambas.
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A campanha global Race to Zero, coordenada pela Organização das Nações Unidas, prevê zerar as emissões globalmente até 2050 e diz que para ser net zero é necessário não adicionar novas emissões à atmosfera.
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Não adicionar novas emissões à atmosfera envolve, inclusive, a eliminação das emissões indiretas geradas por toda a cadeia de valor, incluindo fornecedores e clientes, o que deixa o status net zero ainda mais desafiador.
Daniele complementa que a dificuldade de entendimento de conceitos e práticas ESG também englobam as questões relacionadas às emissões. “Para vencer estes desafios é preciso desmistificar o esperado aumento de custo quando se fala em incluir aspectos ESG e assumir um olhar de inovação e colaboração, buscando um entendimento profundo do negócio e do sistema no qual está inserido, e uma estratégia que comtemple a evolução da cadeia de valor”.
Se essa falta de clareza for tratada, então, como Ivri Verbin, CEO da Good Vision, uma afiliada da Fahn Kanne Grant Thornton em Israel, destaca, as empresas de médio porte têm agilidade para agir rapidamente. “Elas têm estruturas menos complexas e podem tirar proveito disso, mas precisam de apoio para entender o que se aplica a elas”.
Portanto, o imperativo em destaque para os governos nacionais é tornar as coisas mais fáceis para o mid-market. Deve haver um roteiro claro e acessível com conselhos práticos detalhados para que as empresas do mercado intermediário saibam o que se espera delas, como podem começar a integração da sustentabilidade e, eventualmente, as etapas que precisam tomar para introduzir e implementar uma estratégia Net Zero.
Ao mesmo tempo, vários líderes de mercado estão buscando suporte de auditoria interna, e vemos uma lacuna surgindo entre empresas maiores que buscam validar a sustentabilidade em suas cadeias de suprimentos e muitas empresas de médio porte que estão apenas começando.
2. Ajudar o mercado de médio porte a integrar estratégias Net Zero em suas operações de negócios
Uma vez que as empresas de médio porte tenham desenvolvido uma estratégia Net Zero, elas irão precisar de orientação e suporte sobre como integrar essa estratégia em suas operações.
Sem estratégia de negócios em grande escala e integração do modelo operacional, o mercado intermediário não será capaz de alcançar a mudança sistêmica necessária.
É claro que as empresas de médio porte nem sempre têm os recursos e competências necessários para alcançar essa integração. Por exemplo, os resultados do último IBR revelam que 29,6% dos entrevistados citaram a falta de tempo de gerenciamento como uma barreira importante para que seus negócios avancem em termos de sustentabilidade.
Existem duas maneiras principais pelas quais os governos podem desempenhar um papel aqui. Eles podem usar incentivos financeiros, fiscais e regulatórios para encorajar as empresas a fazerem mudanças em seu modelo de negócios, por exemplo, mudando para uma frota de veículos elétricos. Igualmente importante, eles podem ajudar as empresas do mid-market a desenvolver seu conhecimento e compreensão do que o Net Zero significa para seus negócios em um nível operacional.
Johanna Forsgren, gerente de Sustentabilidade, Business Advisory da Grant Thornton Suécia, diz que há uma série de maneiras pelas quais os governos nacionais podem ajudar a alcançar isso, incluindo:
- financiamento de grupos específicos da indústria para aumentar o desenvolvimento de conhecimento, colaboração e transferência de habilidades
- oferecendo software gratuito ou subsidiado, por exemplo, para ajudar na geração de relatórios
- criação de portais online que oferecem informações e orientações gratuitas que todos podem acessar
- investir em programas de treinamento, como estágios relacionados ao clima, para desenvolver habilidades e competências para o futuro.
“Construir o conhecimento do mercado intermediário dessa forma realmente ajudará a impulsionar as ações de mudança climática”, diz Johanna.
3. Garantir que o mid-market tenha acesso a fundos e projetos
O financiamento climático será crítico para suportar novas tecnologias e infraestruturas necessárias para apoiar a transição para o Net Zero, como pontos de recarga para veículos elétricos e acesso à energia de baixo carbono.
O financiamento também é crucial para viabilizar a inovação necessária para reduzir o carbono na atividade empresarial. As empresas de médio porte são os principais impulsionadores da inovação, mas o custo é um problema. Atualmente, o financiamento climático e o acesso a projetos de sustentabilidade são predominantemente voltados para os "pioneiros" e grandes organizações multinacionais. Mas se quisermos atingir o Net Zero, o mercado intermediário também precisa de acesso a projetos e financiamento climático.
Portanto, é importante que as decisões políticas e os processos em nível nacional e local permitam que as empresas de médio porte tenham acesso a financiamento. Isso inclui fornecer suporte para construir as credenciais ambientais certas e mais amplas de ESG para atender aos requisitos de financiamento público e privado, como bancos e investidores de capital privado.
Alasdair Grainger, diretor - Net Zero da Grant Thornton UK diz que no Reino Unido, a agenda ESG veio para ficar. “Há consenso entre todos os partidos políticos no Reino Unido de que as mudanças climáticas precisam ser abordadas e prevemos que o governo exigirá cada vez mais que as empresas atendam aos critérios de sustentabilidade para serem elegíveis para apoio governamental, seja como parte da cadeia de abastecimento para o público sector, ou para beneficiar de financiamento e subsídios governamentais. Portanto, há uma oportunidade para as empresas de médio porte com boas credenciais ESG progredirem e se colocarem em uma vantagem competitiva”.
4. Consolidar estruturas e padrões de relatórios
Minha última chamada aos formuladores de políticas e normatizadores é continuar a acelerar o progresso que já está sendo feito para alcançar estruturas e padrões de relatórios globalmente consistentes. A vasta quantidade de estruturas e padrões de relatórios que existem atualmente em relatórios de questões ESG é confusa para todos, mas é particularmente desafiador para o mercado intermediário.
Scott Wilson, diretor de ESG e Sustentabilidade da Grant Thornton UK diz: “As empresas de médio porte normalmente não têm um diretor de sustentabilidade que pode trabalhar em tudo e identificar a estrutura e os padrões mais adequados para os negócios. Quanto mais fácil puder ser feito para eles, melhor”. Angela compartilha esse sentimento. “Nos EUA, o mercado de médio porte está apenas começando essa jornada. Um CFO pesquisará o assunto por um tempo e depois virá até nós e dirá ‘É GRI ou SASB?² Ou estamos falando de metas baseadas na ciência?”
As medidas aceleradoras incluem:
- desenvolver um plano para formalizar as estruturas de relatórios por meio de diretrizes de divulgação de modelos vinculadas à estrutura do framework TSFD (Task Force on Climate-related Financial Disclosure); e
- desenvolvimento de monitoramento de emissões de Escopo 3 específico e relatórios de padrões da indústria para apoiar a descarbonização da cadeia de suprimentos
Essa busca por estruturas e padrões globalmente consistentes precisa ser espelhada por cronogramas claros para que todas as nações adotem requisitos de relatórios / divulgação.
E, como sugere Johanna, a tecnologia pode desempenhar um papel poderoso na redução da carga e do custo de relatórios para empresas de médio porte. Por exemplo, elas se beneficiariam particularmente de soluções de tecnologia de baixo custo fornecidas em escala para o mercado.
O mercado de médio porte está pronto e disposto a cumprir seu papel em um futuro de baixo carbono
Quando se trata de sustentabilidade, os interesses dos governos, formuladores de políticas e líderes empresariais podem se alinhar. Governos e formuladores de políticas querem que os negócios façam mais. O mercado de médio porte está disposto e pronto para enfrentar o desafio. Ele só precisa de suporte para fazer isso.
Em nome da rede Grant Thornton, faço um chamado aos governos nacionais, formuladores de políticas e normatizadores a aproveitar a energia e o ímpeto gerados pela COP26 para realizar as quatro ações que identificamos para ajudar o mercado intermediário. Se elas tiverem sucesso, elas irão liberar o enorme potencial deste segmento empresarial para acelerar nossa jornada em direção a um futuro de baixo carbono.
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¹ UK climate change conference 2021 - COP26 goal: Finance
² Global Reporting Initiative (GRI) or Sustainability Accounting Standards Board (SASB)