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A pandemia de Covid-19 provocou uma crise sanitária e econômica global sem precedentes na história recente. Entre as consequências dessa crise estão os impactos nos negócios. Para identificar quais as principais estratégias adotadas pelas empresas durantes a crise e qual o planejamento para o cenário pós-crise, a Grant Thornton realizou um levantamento utilizando a metodologia do International Business Report (IBR) com a participação de cerca de cinco mil lideranças do middle-market em 29 países, incluindo o Brasil.
De acordo com o estudo, 68% das empresas brasileiras recorreram a alguma forma de financiamento devido à crise. A pesquisa mostrou que 33% dos empresários brasileiros pesquisados buscaram estender prazos ou reduzir os valores das obrigações com fornecedores e ou prestadores de serviços, 23% recorreram a crédito para capital de giro com instituições financeiras, 19% para folha de pagamento, também através de instituições financeiras e, 18% precisaram integralizar capital para honrar seus compromissos.
Auxílio governamental
O Governo Federal e o Banco Central do Brasil anunciaram diversas medidas para minimizar os efeitos da crise e auxiliar na manutenção do emprego e da renda. A pesquisa questionou o empresariado sobre a eficiência das ações em seus negócios: 31% afirmaram que as medidas ajudaram na oferta de crédito, 44% na flexibilização das leis trabalhistas e previdenciárias e 28% em aspectos tributários. No entanto, 20% disseram que as medidas do Governo ou Banco Central não contribuíram para auxiliá-las no combate aos efeitos da crise.
A seguir, reunimos as demais questões realizadas aos empresários, trazendo os resultados do Brasil e, também, em nível global. Confira:
Quando questionados sobre a avaliação da capacidade financeira da empresa de suportar o impacto da Covid-19, 42% responderam que conseguem manter suas operações utilizando apenas os recursos existentes, mas precisão reduzir custos e realizar reestruturações. Nesse quesito, o Brasil ficou acima da média global (38%).
O estudo da Grant Thornton revelou que o Brasil aderiu ao home office mais que a média global. Entre as ações realizadas ou planejadas pelos empresários a partir da pandemia do novo coronavírus, destacam-se: a implementação do trabalho doméstico, remoto ou flexível por 59,6% dos empresários brasileiros, superior à média global de 52,9%; a redução de salários ou de funcionários por 22% do empresariado brasileiro, contra 29,1% da média global; redução da capacidade ou fechamento das operações por 28,8% dos empresários brasileiros, contra uma média global de 29,2%; ajuste das estratégias de negócios no Brasil (52,8%), enquanto a média global ficou em 46,7%.
Para tentar minimizar os efeitos da pandemia e manter as operações, as estratégias mais adotadas pelas empresas brasileiras foram: solicitar desconto em suprimentos (40,4%), verificar novos créditos com credores (34,4%), buscar concessões fiscais (32%) e negociar com clientes pagamentos antecipados (30,8%).
Enquanto ainda não possuímos uma perspectiva para o fim dessa crise, as empresas têm os desafios para manter a continuidade dos negócios, mas também a oportunidade de identificar as estratégias de preparação para o momento da retomada. Das empresas brasileiras, 50,4% estão analisando os produtos e serviços que serão priorizados, 48% estão atendas sobre os recursos financeiros necessários e 37,6% sobre a diferença de cenário para realizar a expansão das operações.
Nova realidade
O mapeamento deixou claro que as empresas devem rever drasticamente suas estratégias de negócios após a crise. 52% dos empresários brasileiros indicaram que vão usar mais tecnologia e transformação digital nos negócios, contra uma média global de 45,6%. Enquanto isso, 45,2% apontaram que melhorarão os processos de gestão de crise nas empresas brasileiras, a média global ficou em 42,2%.
Outro destaque revelado pela pesquisa é que o trabalho remoto permanecerá no cenário pós-Covid. Quando perguntados “quais medidas de segurança sua empresa adotará após a pandemia”, 43% dos empresários brasileiros responderam que devem manter o trabalho remoto. Enquanto isso, 56% disseram que vão implementar maior distância entre os funcionários no escritório; 42% escala alternada de pessoas no escritório e redução de horas trabalhadas; 58% o uso de máscaras em escritórios e 72% vão aumentar o rigor da higiene no local de trabalho.
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Acelerar ações pensando na retomada
De acordo com Daniel Maranhão, CEO da Grant Thornton Brasil, a pesquisa aponta que algumas ações do Governo Federal foram fundamentais para que as empresas pudessem atravessar por esse período desafiador. Contudo, é preciso acelerar ações que incentivem a retomada da economia e tragam alívio às empresas, como a Reforma Tributária, por exemplo.
“É importante que o governo mantenha a intenção de realizar o ajuste fiscal para estimular a economia e atrair investimentos estrangeiros para o nosso país. É necessário aliviar os custos das empresas, por meio de medidas de desburocratização ou de estímulos ao investimento e à contratação. Por parte das empresas, é um bom momento para rever custos e modelos de operações. O trabalho remoto, por exemplo, faz total sentido para diversos segmentos.
Além de reduzir custos das empresas com manutenção de espaços físicos, é uma ótima oportunidade de amenizar impactos diretos e indiretos à qualidade de vida das pessoas e do ambiente em que estão inseridas. É essencial, também, que as empresas invistam em tecnologia, segurança e transformação digital para que o trabalho home office seja produtivo, seguro e eficiente”, afirma o executivo.
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