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Criando vantagem competitiva por meio da sustentabilidade

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A real priorização da sustentabilidade pelo mercado de médio porte não reflete apenas a expectativa crescente dos stakeholders, mas a visão de futuro deste segmento empresarial. No entanto, poucas empresas fizeram progressos significativos e muitas ainda enfrentam barreiras. Entender como você pode superá-las e integrar a sustentabilidade em sua estratégia e modelo operacional de negócios criará uma vantagem competitiva nos próximos anos.
DESTAQUES

A pesquisa International Business Report (IBR) da Grant Thornton mostra que a sustentabilidade é agora uma grande prioridade, com mais de seis em cada 10 empresas (62%) acreditando que a sustentabilidade é tão ou mais importante do que o sucesso financeiro.

E vimos a importância do aumento da sustentabilidade para empresas de médio porte desde o início da pandemia de Covid-19. 41% dizem que se tornou "muito mais" importante e outros 30% um "pouco mais" importante.

Ivri Verbin.PNG"A pandemia mostrou às empresas que podem se adaptar rapidamente e que seus stakeholders – como funcionários, investidores e clientes – valorizam a sustentabilidade. Isso reforça que faz sentido colocar a sustentabilidade no centro de qualquer novo modelo de negócios ou planos para o futuro”, explica Ivri Verbin, CEO da Good Vision, uma afiliada da Fahn Kanne Grant Thornton em Israel.

Para muitas empresas de médio porte que desejam adotar práticas de negócios mais sustentáveis, o desafio está em entender quais ações priorizar e como incorporar recursos como redução de carbono, diversidade e responsabilidade social de maneira mais eficaz nos modelos de negócios.

Existem diversas barreiras importantes ao progresso, desde o impacto financeiro e operacional da pandemia até as incertezas sobre a evolução dos regulamentos e relatórios. Mas as empresas de médio porte geralmente podem usar sua agilidade, estruturas legadas menos complexas e espírito empreendedor para avançar na agenda – e, ao fazê-lo, criar vantagem competitiva.

Business case atraente para a sustentabilidade

Dentre os negócios que estão dando maior ênfase à sustentabilidade, o motivo mais comum é melhorar a eficiência e reduzir custos, citado por 42% na pesquisa do IBR, ressaltando os reais benefícios comerciais que enxergam nessa área.

Mark Williams.png“Essa visão de que a sustentabilidade ajuda a tornar os negócios mais eficientes está ligada à megatendência da economia circular”, diz Mark Williams, consultor de serviços públicos da Grant Thornton UK. “Em um nível básico, isso significa reduzir a quantidade de materiais que você extrai e usa e, na outra extremidade, limitar a quantidade que vai para o aterro”.

Mark compartilha o case de uma empresa de exposições – um setor que tradicionalmente desperdiça muito. “A nova abordagem envolvia transformar plástico usado - incluindo materiais de praia - em estandes que poderiam ser reutilizados em vez de jogados fora quando a exposição terminasse”, explica ele. “Eles também adotaram um modelo de negócios baseado em serviços, de modo que estavam alugando seus produtos em vez de oferecê-los à venda”.

A mudança na estratégia não apenas significou que o negócio era mais sustentável, mas também mais eficiente, gerando benefícios financeiros.

Finanças e sustentabilidade caminham juntas

Juntamente com a eficiência operacional, melhorar o acesso ao capital é outro motivo importante para as empresas enfatizarem a sustentabilidade. A importância desse fator aumentou significativamente ao longo do ano passado e agora é citada por 37% dos entrevistados do IBR que estão priorizando essa área – tornando-a o terceiro fator mais importante.

Scott Wilson.pngScott Wilson, diretor de ESG e sustentabilidade da Grant Thornton UK, explica: “A abordagem de uma empresa para a sustentabilidade pode ser usada como um substituto para a gestão de risco: bancos ou firmas de private equity vão olhar como uma empresa está lidando com as questões ambientais, por exemplo, ao decidir se deve emprestar ou investir”.

Impulsionador da fidelidade de funcionários e clientes

À medida que aumenta a consciência pública sobre a importância de agir sobre as mudanças climáticas, empresas e seus colaboradores estão cada vez mais atentos a isso.  Um terço das empresas entrevistadas (33%) justificou que a priorização da sustentabilidade foi em resposta a preocupações sobre como atrair, motivar e reter funcionários. Dado que muitas empresas agora se encontram em uma disputa acirrada por talentos (quase 60% das empresas destacaram preocupações sobre a disponibilidade de habilidades como uma barreira para o crescimento), uma boa estratégia de sustentabilidade pode lhe dar uma vantagem real nessa disputa.

As mesmas pressões existem em supply chain. Nossa pesquisa global mostra que 31% das empresas de médio porte que priorizam a sustentabilidade são motivadas pela pressão dos clientes – algo que só aumentará com o tempo. Scott acrescenta: “Toda grande empresa depende do mercado intermediário para fornecer componentes, sejam processos, pessoas ou soluções. Portanto, se uma grande empresa precisar relatar suas emissões de escopo 3, seus fornecedores terão que responder a algumas perguntas de pesquisa”.

Quais obstáculos as empresas de médio porte devem superar?

Existem diversas barreiras que estão atrapalhando o progresso da sustentabilidade do mercado intermediário, e lidar com elas exigirá estratégias diferentes.

Embora algumas barreiras possam ser abordadas internamente com as habilidades e o treinamento corretos, a ajuda externa inevitavelmente será necessária para lidar com obstáculos mais complexos.

Um desafio importante para muitas empresas é entender onde concentrar seus esforços de sustentabilidade para obter o máximo impacto

Nossa pesquisa descobriu que quase um terço (31%) das empresas acredita que a falta de clareza em torno de novos regulamentos e requisitos está contribuindo para o lento progresso em torno da sustentabilidade. Nesse contexto, o benefício do aconselhamento especializado pode ser inestimável.

Observar entidades maiores e se antecipar aos prováveis ​​requisitos de dados e relatórios será parte integrante da capitalização das oportunidades do futuro.

Sarah Carroll.PNG.png“Trata-se de ter confiança para antecipar as perguntas mais prováveis ​​que serão feitas e para capturar os dados necessários para responder”, diz Sarah Carroll, diretora de relatórios financeiros da Grant Thornton International.

Ivre acrescenta que, “embora existam muitos frameworks de relatórios de sustentabilidade, as empresas no mercado intermediário têm mais flexibilidade do que as grandes corporações na implementação. A abordagem delas para relatar pode ser mais focada e alinhada com sua própria estratégia, do que naqueles negócios onde os relatórios são obrigatórios por meio de regulamentação”.

Embora as empresas de médio porte apliquem naturalmente seu espírito empreendedor para enfrentar esses desafios, há um papel claro para o governo, reguladores e normatizadores de fornecer suporte e estabelecer um caminho claro para as melhores práticas de sustentabilidade.

 

Sustentabilidade na prática: por onde começar sua jornada estratégica

Felizmente, 43% das empresas de médio porte já desenvolveram uma estratégia de sustentabilidade e estão começando a agir.

Mas existem grandes lacunas no desenvolvimento e execução da estratégia. Como resultado, muitas empresas estão em um estágio inicial de integração da sustentabilidade em seus modelos de negócios, com empresas de médio porte atuando, em média, em 3,5 áreas ligadas à sustentabilidade.

Angela Jhanji.png“Muitos clientes nos procuram questionando qual o primeiro passo a ser dado ou o que fazer no futuro. A jornada da sustentabilidade não é apenas sobre relatórios, é sobre como apresentar uma visão, missão ou objetivo, e como pensar sobre a transformação e integração ESG”, diz Angela Jhanji, diretora de ESG e sustentabilidade da Grant Thornton US.

Ivri diz que “as empresas devem começar abrindo um diálogo com os stakeholders, como clientes, funcionários, gestão e investidores para estabelecer como seria uma estratégia de sustentabilidade mais adequada e quais interesses concorrentes existem. Ao mesmo tempo, devem definir prioridades e focar no que é essencial para o negócio. Além disso, garantir que as finanças estejam de acordo com a história contada. Este não é um caso de 'eu farei minhas contas e depois farei minha sustentabilidade'. Uma abordagem holística será muito mais eficaz”.

Colocar a sustentabilidade no centro da estratégia de negócios deverá ser uma prioridade para as empresas que desejam acelerar seu crescimento. Mark diz que agora é a hora de analisar a direção que a empresa está tomando. “As empresas devem ter uma conversa desafiadora sobre o que está acontecendo e as ações para a mudança. Esta é uma agenda na qual as pessoas podem ter trabalhado nos últimos 15 anos, então pode ser apenas o caso de acelerar o ritmo. Para empresas de médio porte, que podem se adaptar com mais agilidade, as recompensas potenciais são grandes”.

Desafio e oportunidades da pandemia

Para Ivri, as empresas que se mantiveram firmes na sustentabilidade, mesmo durante a pandemia, enviaram um sinal importante ao seu mercado e aos seus stakeholders. “Elas demonstraram que vivem seus valores, seja fornecendo mais serviços de saúde para seus funcionários ou oferecendo termos de contrato mais compreensivos a fornecedores ou clientes que foram atingidos mais fortemente pela Covid-19. A vontade de adotar uma abordagem de longo prazo – mesmo diante das dificuldades de curto prazo – é um pilar fundamental da sustentabilidade e servirá bem às empresas no futuro”.

A sustentabilidade só pode ser eficaz – e só pode impulsionar o crescimento futuro – como parte da visão e estratégia de longo prazo do negócio. Muitas empresas no mercado de médio porte já embarcaram em sua jornada para um futuro mais bem-sucedido e sustentável, e os especialistas em sustentabilidade das firmas-membro da Grant Thornton estão aqui para apoiá-las enquanto navegam pelas complexidades, identificam quais ações devem ser priorizadas e criam as suas próprias vantagens competitivas.