Quando o assunto é a tomada de decisão de investimento bem informada, que seja exitosa para os vendedores e compradores, é necessário um planejamento adequado e o envolvimento de assessores qualificados durante todo o processo de transação. Uma abordagem coordenada e eficiente durante o processo buy-side ou sell-side due diligence, com o objetivo de agregar valor ao longo do ciclo de vida da transação, é essencial para o sucesso da operação. Ademais, as mudanças nos objetivos e na condução destes trabalhos nos últimos anos incentiva a implementação de novas tecnologias, como por exemplo, ferramentas de visual analytics, que apesar de ainda serem vistas como diferenciais, são capazes de gerar insights que vão além de análises financeiras e que podem corroborar com a estratégia da empresa.
De maneira geral, a definição de Due Diligence financeira segue bastante consistente: trata-se de um processo de avaliação da qualidade das informações contábeis e financeiras de uma empresa e dos riscos fiscais e trabalhistas que seriam relevantes para fins de uma aquisição ou de uma rodada de investimentos. Pode ser utilizada também para preparação de empresas que planejam captar recursos ou serem vendidas a médio prazo – nesse caso, sob a denominação de sell side due diligence.
No entanto, apesar da definição ser relativamente consistente e válida ao longo dos anos, os objetivos e, consequentemente, a condução dos trabalhos mudaram consideravelmente.
Como a Due Diligence era conduzida tradicionalmente?
Logo que essa demanda surgiu no mercado, as diligências eram conduzidas por profissionais de auditoria que aplicavam procedimentos muito similares aos de uma auditoria de balanço. Logo, os principais objetivos eram assegurar que os ativos eram realizáveis e que todos os passivos estavam registrados.
Consequentemente, o foco era o balanço e o produto final do trabalho era um patrimônio líquido ajustado que serviria como referência de valor dos ativos líquidos da empresa target – como as empresas sob Due Diligence são comumente referidas no mercado.
O que mudou?
Com o passar do tempo, as demandas dos adquirentes foram ficando mais alinhadas à transação propriamente dita. A Due Diligence passou a ser mais que um número absoluto e passou a ser muito mais uma peça informativa absolutamente alinhada às transações.
Conceitos como EBITDA Normalizado, Dívida Líquida e Capital de Giro, por exemplo, foram incorporados ao relatório além de uma ênfase maior à demonstração dos fluxos de caixa. As firmas de auditoria passaram a dedicar equipes exclusivas para esse tipo de trabalho com a finalidade de atender essas novas demandas do mercado.
Gere insights com uma análise mais abrangente
É importante ressaltar que a diligência continua com seu caráter objetivo de verificar se os números estão corretos, mas a incorporação desses novos conceitos e o caráter mais analítico das análises, enriqueceu muito o nosso papel como assessores financeiros da transação. Além de prover informações contábeis e financeiras essenciais para a tomada de decisões, uma Due Diligence abrangente fornece importantes insights em relação à estratégia do negócio, e os principais drivers de seu sucesso. As razões dessas modificações estão fundamentadas exatamente em como as transações são estruturadas.
O EBITDA Normalizado, e por normalizado entende-se pelo EBITDA livre de itens não recorrentes ou não operacionais – como a venda de uma subsidiária ou mesmo os impactos da perda de um cliente relevante –, é a base da determinação do Valor das Operações de uma empresa ou Enterprise Value, no termo em inglês.
Geralmente, o Valor da empresa (que entre outras metodologias, pode ser calculado pelo fluxo de caixa descontado ou múltiplos de EBITDA) é deduzido pela Dívida Líquida e por eventuais ajustes relacionados à diferença entre o capital de giro real refletido no balanço e um capital de giro teórico que seria uma referência para a condução do negócio.
O valor obtido a partir desse cálculo (Valor das Operações – Dívida Líquida +/- Ajustes de Capital de Giro) é o Valor do Acionista, ou Equity Value em inglês, que é em muitos casos o valor a ser pago pela empresa.
Discussões sobre a categorização de cada item do balanço não é uma tarefa trivial e pode ser objeto de longas discussões, razão pela qual o uso de uma equipe especializada é fundamental. Por exemplo, despesas com desconto de recebíveis podem ser classificados como despesas financeiras ou operacionais, sendo que uma afeta o cálculo do EBITDA e a outra não ou como as receitas diferidas devem ser tratadas para fins de Dívida Líquida.
Utilize as tecnologias corretas e obtenha melhores resultados
Os próximos passos para a área, em nossa visão, são, além de estar atentos às mudanças nas demandas de mercado, é a incorporação de novas tecnologias em nossas análises. Os relatórios de Due Diligence são muito ricos em detalhes, mas tem um caráter estático.
A Grant Thornton está introduzindo uma ferramenta de visual analytics capaz de oferecer maior flexibilidade às análises e proporcionar aos nossos clientes que possam visualizar os dados das targets sob óticas específicas, de acordo com os critérios estabelecidos.
Na prática, a nossa equipe de profissionais pode fornecer como parte do relatório, por exemplo, um dashboard sobre as receitas. Sendo, assim, possível de analisar detalhadamente a situação específica de um cliente, uma linha de serviços ou seus produtos principais.
A incorporação de novas tecnologias é essencial, e para os serviços de Due Diligence não é diferente. Dessa forma, a prática continuará evoluindo com o objetivo de prover insights e estar cada vez mais próximos dos negócios da Target e da estruturação da transação.
Quer implementar as melhores práticas do mercado na sua empresa? Entre em contato com a nossa equipe de consultoria em transações para Due Diligence.