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Impacto dos padrões ESG na Governança das empresas familiares

Daniel Maranhão
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Dados da pesquisa ESG e as empresas de capital aberto, realizada pela Grant Thornton Brasil, revelam que 75% das empresas participantes entendem a importância dos aspectos ambientais, sociais e de governança para o futuro dos negócios, mas ainda não encontraram os caminhos para que sejam considerados nas decisões que darão o rumo dos negócios.

“A maioria compreende a relevância dessa pauta para os negócios. Porém, apenas 14% dos entrevistados afirmaram levar em conta a agenda ESG para tomada de decisão. No entanto, quando observamos o recorte setorial das empresas financeiras, todas as empresas pesquisadas consideram os aspectos ESG dentre os temas prioritários”, ressaltou Daniel Maranhão, CEO da Grant Thornton Brasil.

O que as empresas de capital aberto estão reportando?
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O que as empresas de capital aberto estão reportando?

Para identificar os fatores influenciadores desse desempenho desigual, o executivo apresentou dados de outros levantamentos da consultoria, incluindo informações sobre a percepção do empresariado brasileiro em relação às principais barreiras para a implementação das práticas ESG, com destaque para falta de clareza em torno de novos regulamentos, preocupação com os custos de ação e com os benefícios financeiros limitados de uma ação. “Há um consenso sobre falta de regulamentos e, adicionalmente, as questões de custos: quando não se trata de filantropia, há expectativa de algum retorno do investimento”, explicou.

Os números também evidenciaram que há uma parcela de empresas e gestores que acredita na agenda ESG como potencial de retorno positivo de valorização da marca, reputação da empresa e redução de riscos. “Identificamos, por meio das pesquisas, que os principais influenciadores para que a empresa melhore o seu relato ESG são os acionistas, membros do conselho, clientes e investidores, o que demonstra uma pressão do mercado para que as empresas demonstrem o seu engajamento com o tema”, afirmou.

O executivo ressaltou a importância da divulgação de informações sobre a atuação das companhias em meio ambiente, responsabilidade social e governança, por se tratar de um eixo relevante para os públicos interno e externo. Nesse quesito, ele listou os setores de energia, transporte e logística, saneamento básico e serviços financeiros bancários como os mais eficientes.

Como um lembrete sobre as principais razões ou objetivos da agenda ESG, o CEO da Grant Thornton Brasil trouxe dados dos impactos financeiros para setores da economia, caso a crise climática avance. “Até 2070, estima-se que o custo global da inação climática pode chegar até US$ 178 trilhões e o agronegócio poderá, até o fim da década, perder 26% do valor de mercado e sofrer um baque comparável ao do setor financeiro na crise de 2008. Se a ação climática custa caro, não agir enquanto podemos custará muito mais”, alertou.

Segundo ele, o mercado de créditos de carbono é uma alternativa interessante para atrair recursos para a atividade econômica. “A agenda ESG é uma alavanca para esse mercado e o Brasil ocupa uma posição interessante nesse nicho. Há mercado para captar recursos de empresas nacionais e estrangeiras”, concluiu.

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*Publicado originalmente no portal da FBFE (Fórum Brasileiro da Família Empresária)

 

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