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“A maioria compreende a relevância dessa pauta para os negócios. Porém, apenas 14% dos entrevistados afirmaram levar em conta a agenda ESG para tomada de decisão. No entanto, quando observamos o recorte setorial das empresas financeiras, todas as empresas pesquisadas consideram os aspectos ESG dentre os temas prioritários”, ressaltou Daniel Maranhão, CEO da Grant Thornton Brasil.
Para identificar os fatores influenciadores desse desempenho desigual, o executivo apresentou dados de outros levantamentos da consultoria, incluindo informações sobre a percepção do empresariado brasileiro em relação às principais barreiras para a implementação das práticas ESG, com destaque para falta de clareza em torno de novos regulamentos, preocupação com os custos de ação e com os benefícios financeiros limitados de uma ação. “Há um consenso sobre falta de regulamentos e, adicionalmente, as questões de custos: quando não se trata de filantropia, há expectativa de algum retorno do investimento”, explicou.
Os números também evidenciaram que há uma parcela de empresas e gestores que acredita na agenda ESG como potencial de retorno positivo de valorização da marca, reputação da empresa e redução de riscos. “Identificamos, por meio das pesquisas, que os principais influenciadores para que a empresa melhore o seu relato ESG são os acionistas, membros do conselho, clientes e investidores, o que demonstra uma pressão do mercado para que as empresas demonstrem o seu engajamento com o tema”, afirmou.
O executivo ressaltou a importância da divulgação de informações sobre a atuação das companhias em meio ambiente, responsabilidade social e governança, por se tratar de um eixo relevante para os públicos interno e externo. Nesse quesito, ele listou os setores de energia, transporte e logística, saneamento básico e serviços financeiros bancários como os mais eficientes.
Como um lembrete sobre as principais razões ou objetivos da agenda ESG, o CEO da Grant Thornton Brasil trouxe dados dos impactos financeiros para setores da economia, caso a crise climática avance. “Até 2070, estima-se que o custo global da inação climática pode chegar até US$ 178 trilhões e o agronegócio poderá, até o fim da década, perder 26% do valor de mercado e sofrer um baque comparável ao do setor financeiro na crise de 2008. Se a ação climática custa caro, não agir enquanto podemos custará muito mais”, alertou.
Segundo ele, o mercado de créditos de carbono é uma alternativa interessante para atrair recursos para a atividade econômica. “A agenda ESG é uma alavanca para esse mercado e o Brasil ocupa uma posição interessante nesse nicho. Há mercado para captar recursos de empresas nacionais e estrangeiras”, concluiu.
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*Publicado originalmente no portal da FBFE (Fórum Brasileiro da Família Empresária)
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