IBR | 2022 - INSIGHTS

Impactos da inflação nos negócios brasileiros

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O Brasil e diversos outros países ao redor do mundo têm enfrentado a alta da inflação, que já se tornou uma preocupação global. O International Business Report (IBR), da Grant Thornton, realizado em 28 países com mais de 4,6 mil lideranças empresariais – sendo 255 brasileiras, revela os itens apontados pelos empresários cujos custos impactaram diretamente nos negócios.

De acordo com a pesquisa, os custos das matérias-primas foram os principais, apontado por 31% dos empresários brasileiros – índice próximo dos 30% da América Latina e superior ao da média global (21%). Outros custos que causaram impacto nos negócios foram os de energia (serviços públicos), de transporte e os impostos, que no Brasil tiveram peso de 26% em cada um destes itens, que, na América Latina, registraram 22%, 24% e 21%, enquanto a média global ficou em 20%, 20% e 17%, respectivamente.

Os custos de equipamentos também apareceram entre os reflexos, apontado por 25% dos empresários brasileiros; 21% na América Latina e 18% na média global, além dos custos bancários, com 23% no Brasil; 19% na América Latina, e 16% na média global.

Quais ações devem ser adotadas para combater a inflação?
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Menor impacto da inflação

No Brasil, entre os itens avaliados, os salários tiveram o menor impacto na alta dos custos dos negócios (18%), índice próximo ao registrado na América Latina e na média global, que ficou em 17% em ambas. Segundo as lideranças empresariais, os reajustes menores foram os que pesaram mais para as companhias, ou seja, quanto menor o índice de reajuste, maior o impacto nos negócios.

Para aumento salarial na faixa de 1% a 10%, o impacto foi de 26%; na faixa de 11% a 20%, o impacto caiu para 20%; na faixa entre 21% e 30%, o impacto foi de 13%. Finalmente, os reajustes acima de 30%, mais raros em tempos de pandemia, logicamente causaram menor impacto. Assim, para as faixas de 31% a 50%, de 51% a 100% e de mais de 100% de aumento, os impactos foram, respectivamente, de 8%, 5% e 3%, nos últimos 12 meses.

Daniel Maranhão foto CEOPara Daniel Maranhão, CEO da Grant Thornton Brasil, a alta da inflação nas grandes economias mundiais não causa estranheza. “As ações dos governos de diversos países para socorrer suas populações durante a fase mais crítica da pandemia injetaram grandes somas de dinheiro no mercado global, em contrapartida houve queda na produção industrial por falta de matéria-prima em seus mercados locais, que causou o aumento nos custos de logística. Com a gradativa retomada da economia, pós-vacinação, resultou na alta da inflação e, consequentemente, aumento das taxas de juros mundo afora”, avalia.

“A este cenário ruim decorrente da covid-19, acrescentou-se a invasão da Ucrânia pela Rússia, impactando a economia mundial de forma perversa, principalmente para os países vizinhos dependentes de matéria-prima, alimentos e fontes de energia da Rússia e Ucrânia, com reflexos diretos no preço das commodities, na cadeia de importação/exportação e produção das empresas em diversos países, inclusive no Brasil, que levarão mais tempo do que o previsto para estabilização dos preços no mercado interno e redução da taxa de juros”, analisou o executivo.

 

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