IBR | 2° TRIMESTRE 2024

Intenções de investimento em tecnologia recuam no País

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Apesar da queda de 5%, investimento por parte dos empresários brasileiros deve seguir acima da média global e latino-americana, aponta estudo International Business Report (IBR).
Destaques

De acordo com os dados mais recentes do International Business Report (IBR), da Grant Thornton, 76% das empresas de médio porte brasileiras continuam vendo a tecnologia como uma das principais prioridades de investimento para os próximos 12 meses. 

Segundo a pesquisa, as intenções de investimento em tecnologia apresentaram recuo de 5 p.p. no Brasil, quando comparado ao primeiro trimestre de 2024, porém ainda se encontram acima da média da América Latina (72%) e global (67%),

Everson foto sócio.png"As instabilidades geopolíticas – como os conflitos na Ucrânia e em Israel e a proximidade de diversas eleições em todo o mundo – geram incertezas e inseguranças sobre o nível de investimento estrangeiro no país e isso tem reflexo no mercado nacional, fazendo com que os brasileiros fiquem receosos para realizar investimentos no curto prazo. Isso, no fim do dia, afeta diversas áreas de negócios, incluindo a tecnologia", explica o líder de Cybersecurity da Grant Thornton Brasil, Everson Probst

Proteção contra ataques cibernéticos

Ainda segundo Probst, outra razão pela qual as intenções de investimentos em tecnologia se mostraram superiores no primeiro trimestre do ano (81%), quando comparado ao segundo (76%), foi a diminuição no investimento em soluções tecnológicas para a adesão à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) - um movimento que vinha sendo observado desde 2020, ano em que entrou em vigência o marco regulatório Brasil.  

"Com o sistema de fiscalização ainda em desenvolvimento, percebemos nos últimos três meses a tendência de que algumas empresas estão rescindindo contratos com fornecedores em tecnologia, principalmente devido a questões orçamentárias. Esse contexto traz o risco da falsa sensação de segurança, deixando as companhias mais vulneráveis a vazamento de dados e a ataques cibernéticos".

O relatório também revela que o empresariado brasileiro se sente mais seguro quanto às ameaças digitais, com uma queda na percepção do risco cibernético como um fator limitante de crescimento, passando de 43% no final do primeiro trimestre de 2024 para 33% no final de junho. "A percepção ilusória de segurança, mesmo com números gerais positivos, reforça a importância da manutenção de investimentos em proteção contra ameaças cibernéticas. Como o ambiente digital está em constante transformação e muitas empresas ainda não possuem planos robustos de resposta a incidentes, investir em segurança de dados é crucial para evitar perdas de informações, vazamentos de dados e danos à reputação da própria empresa", complementa o executivo.

Riscos para pequenas e médias empresas em incidentes de vazamento de dados

Em 2023, a segurança da informação foi classificada entre os principais riscos globais pelo Relatório Global de Riscos do Fórum Econômico Mundial, ocupando a 8ª posição. Nesse contexto, as pequenas e médias empresas (PMEs) são alvos para criminosos cibernéticos devido ao volume financeiro que movimentam e à adoção insuficiente de mecanismos de segurança. Vazamentos de dados representam uma séria ameaça para estes negócios, com potencial de causar danos que vão muito além das perdas financeiras imediatas. 

Diferente das grandes corporações, as PMEs geralmente possuem operações menores e menos especializadas, o que as torna ainda mais vulneráveis. De acordo com Everson Probst, a recuperação de um incidente de segurança pode ser extremamente complexa e custosa, colocando em risco a sobrevivência do negócio.

"Reputação em risco, perda de clientes, interrupção das operações e até mesmo processos judiciais são algumas das consequências que um incidente de segurança pode trazer. Por isso, a prevenção é crucial, proteger dados confidenciais, evitar perdas financeiras, manter a reputação e garantir a operação do negócio são apenas alguns dos benefícios de se adotar uma postura proativa em relação à segurança cibernética", aponta.