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Métodos ágeis para GRC e Auditoria Interna: mais eficiência e produtividade para a indústria financeira

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Uma abordagem bastante utilizada na área tecnológica, com bons resultados, os métodos ágeis têm conquistado espaço no setor financeiro.
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O interesse pela metodologia acontece pois, ela oferece mais eficiência nos processos, com economia de tempo e aumento de produtividade estimada de 20% a 30%, recursos essenciais para as transformações que acontecem no mundo e exigem mais agilidade das organizações. Outras áreas dentro das empresas, como a auditoria interna, governança e controles internos começam a perceber os benefícios de uma atuação agile.

A transformação e dinâmica do universo de riscos que as empresas estão inseridas atualmente, demandam uma agilidade maior da estrutura de áreas de segunda linha e terceira linha de defesa, não somente na avaliação, mas também na identificação e percepção de novos riscos emergentes para o negócio.

Essa necessidade de agilidade vai ao encontro do manifesto ágil que preza, principalmente, pelas interações entre os indivíduos, colaboração com o cliente e respostas às mudanças. O manifesto é a declaração dos valores e princípios essenciais para desenvolvimento agile que pode ser aplicado no desenvolvimento de softwares, mas também permeiam em todos os processos de negócio das empresas que demandam agilidade.

Thiago Brehmer.pngThiago Brehmer, sócio líder de Serviços Financeiros da Grant Thornton Brasil, explica que diante do crescimento do mercado, com a expansão das fintechs, o método oferece vantagens para todas as empresas: desde as grande e médio porte, que precisam se manter competitivas na comparação com companhias menores e virtuais; as de pequeno porte, que não podem preterir da análise de risco; até as fintechs que precisam mitigar riscos e entregar com qualidade e eficiência para se manter no mercado.

Benefícios dos métodos ágeis no setor financeiro

Um benefício da abordagem em destaque, na avaliação do especialista, é o ganho de agilidade nas respostas do que implica maior risco. Brehmer ressalta que o método direciona esforços onde há maior necessidade de responder algo, podendo ser uma questão regulatória, tecnológica ou operacional. Além disso o Agile proporciona um ambiente de colaboração das partes envolvidas e maior engajamento da equipe de auditoria interna contribuindo entregas rápidas e eficientes.

“As empresas têm processos operacionais, táticos e estratégicos. Os métodos ágeis atuam na segunda linha de defesa, tática, que começa a levar mais agilidade para o negócio e agregar mais valor ao estratégico. Abordagens tradicionais geralmente demandam mais tempo e acabam distanciando o tático do estratégico”, pondera.

“Esse é o grande valor que temos percebido. Quando olhamos para órgãos de governança, compliance, auditoria interna, percebemos a demanda de que essas estruturas, que são muito técnicas, agreguem mais valor para a operação. Com os métodos ágeis definimos os principais riscos, que serão priorizados, com atuação cirúrgica que possibilita responder com mais agilidade àquilo que de fato importa e agregando mais valor para o processo de governança como um todo”.

Trabalhos menores e análises diárias

“Tradicionalmente, o trabalho de auditoria interna ocorre em sistema de avaliação end-to-end, e certos trabalhos, principalmente de riscos novos e emergentes, é necessária análise e enfoque de pontos específicos para entender o impacto desses novos riscos em processos já existentes. Esse foco direcionado em pontos do processo garante melhor resultado no diagnóstico dos riscos”.

Com os métodos ágeis, depois de determinado o product owner, responsável pelo projeto, e a interface com os stakeholders, é definido o backlog com todas as tarefas necessárias à execução do plano e os riscos prioritários que deverão entrar nas sprints. “Definimos pequenos intervalos de tempo, por exemplo, de duas a quatro semanas, avaliando o total de horas da equipe naquele período e analisando que parte do backlog conseguimos atacar. São realizadas várias entregas ao longo desse período”, esclarece Sawada.

“Quebramos um trabalho gigantesco em pequenos trabalhos, que passam por todo o ciclo de definição do que deve ser feito, entrega e revisão do resultado, voltando ao início. Essa é a dinâmica das sprints. Com o foco em um serviço, reduzimos o desperdício de horas e delimitamos de forma clara e objetiva o que deve ser a entrega ao final das sprints”.

Para garantir a assertividade do avanço das ações são realizadas reuniões curtas diárias – as chamadas stand-up meeting, no início do expediente, com follow up do trabalho programado nos backlogs, análise do que foi efetivamente realizado e definição das atividades do dia. Essa estratégia garante alinhamento da equipe, de forma que todos saibam exatamente seu papel no processo, e comprometimento, já que diariamente o avanço será avaliado. O formato se mostrou bastante eficiente durante a pandemia para o gerenciamento de equipes remotas.

Ao final das sprints, são feitas ainda as retrospectivas periódicas, com análise dos resultados e verificação para comprovar se a entrega corresponde ao valor definido no processo, permitem rever constantemente o caminho a ser seguido e, se necessário, realizar uma mudança de rota. O responsável de auditoria (diretor de auditoria, gerente, CAE, etc.), o product owner, é quem define se os resultados estão sendo alcançados.

“Com a metodologia ágil, se vai errar, erra rápido e logo conserta também. Quando é preciso esperar todo o processo, de meses, para validar o resultado, se há um erro é necessário voltar desde o início, passo a passo. Com entregas pequenas, já nas primeiras sprints temos noção se é o melhor caminho ou devemos fazer alterações e acertar mais rápido a direção”.