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Nos esforços para se tornarem transparentes, as empresas estão divulgando um enorme número de informações sobre si mesmas - porém, como resultado disso, muitas estão se tornando mais opacas.
As empresas estão divulgando cada vez mais informações. Isso está sendo motivado por uma combinação de leis, ativismo de acionistas e o poder das redes sociais. Mas será que está tendo o efeito esperado?
A resposta curta é: não. Uma pesquisa publicada pela Kenan-Flagler Business School, da Universidade da Carolina do Norte, sugere que as informações corporativas estão, na verdade, se tornando mais opacas. Qualquer um que deseje ler os resumos anuais financeiros e de negócios, que as empresas públicas devem registrar nos Estados Unidos (formulário 10-K)[1], por exemplo, precisaria ter acumulado 21,65 anos de educação formal para compreendê-los, tamanha a sua complexidade[2].
Leslie Seidman, uma ex-presidente do Conselho das Normas de Contabilidade Financeira nos Estados Unidos não é a única a salientar uma consequência preocupante[3]: “Muitos executivos chegaram ao ponto de não entenderem quais são as principais mensagens em suas próprias demonstrações financeiras”.
E esse fenômeno não se restringe somente aos Estados Unidos. Uma pesquisa da Grant Thornton sobre a FTSE 350 mostra que a média dos relatórios anuais chega a 300.000 palavras[4] – metade das quais é, geralmente, relativa a dados financeiros históricos. Isso demonstra que as empresas estão se esforçando para aplicar o conceito de materialidade, mas o princípio contábil que diz que questões triviais devem ser desconsideradas e questões importantes devem ser divulgadas.
Transparência efetiva
Madeleine Mattera, chefe de serviços financeiros da Grant Thornton Austrália, ressalta que os investidores nem sempre sabem o que querem. Ela disse: “Os acionistas têm razão em se preocupar com os retornos a médio e longo prazo e a sustentabilidade deles. A transparência é, frequentemente, assumida - até que uma empresa apareça nas primeiras páginas por algo que indique falta dela, como por exemplo, um desastre ecológico ou estar ligada à escravidão moderna.”
Sue Almond, líder de auditoria na Grant Thornton UK, disse: “Uma transparência maior, normalmente, significa apenas mais volume. A chave para a transparência efetiva é chegar ao equilíbrio entre reter informações vitais e inundar investigadores com muitos detalhes. Fornecer um enorme banco de dados, na verdade, significa: ‘Aqui está - agora se vire com isso’. Essa não é a forma com a qual você trataria seus clientes, então por que os investidores deveriam receber esse tipo de tratamento?”
Indústria Petrolífera
Um setor no qual tem existido muita pressão dos acionistas para uma maior transparência - estimulado por uma série de desastres ambientais, alegações de ‘greenwashing’ e o crescimento dos investimentos éticos - é a indústria petrolífera, com empresas como a BP, a Shell e a ExxonMobil sujeitas a níveis crescentes de fiscalização de suas atividades ambientais, sociais e administrativas.
Nos setores politicamente delicados também pode existir aqueles dispostos a causar danos à reputação. Almond dá o exemplo de uma empresa petrolífera, que pode se comprometer a construir escolas, fornecer infraestrutura ou fazer um pagamento único à comunidade local em troca de direitos de perfuração.
Ela diz: “Isso requer muitas explicações na documentação e pode ser descontextualizado. Não é conveniente para a empresa, ou para a comunidade investidora, se ela tiver a reputação prejudicada de uma forma que não é justa.”
Os negócios precisam estar cientes do poder das redes sociais em deturpar e distorcer suas divulgações. Mattera diz: “As redes sociais oferecem uma plataforma para um número extraordinário de usuários expressarem opiniões sem nenhuma necessidade de responsabilidade ou, até mesmo, de dizer a verdade. O papel das redes sociais como a bandeira dos padrões da comunidade é extremamente poderoso, e muitas empresas hoje desenvolvem a ruína em redes sociais e a crise de reputação massiva que ela pode causar nos seus cenários de desastre-recuperação e testes de esforço.
No entanto, a abertura de fóruns online também está promovendo mudanças para melhor. Mattera chama a atenção para o emergente setor financeiro coletivo (peer-to-peer, ou P2P), como um que se destaca pela forma como lida com a transparência.
Cultura corporativa
Uma outra complicação é a variação em termos do que é aceitável - cultural e legalmente - de um país para o outro, diz Mattera. “Há uma necessidade de equilibrar o relatório transparente de retornos sustentáveis aos acionistas com as restrições impostas pela vantagem competitiva e a legislação de privacidade. Por exemplo, os Estados Unidos são muito mais abertos do que a Austrália com relação às informações de salário”, diz ela.
“A transparência deve vir com uma cultura corporativa na qual não há problema se manifestar, uma em que se reconhece que a organização não é perfeita e que promove uma cultura de identificação e gerenciamento dos riscos”, diz Mattera.
Almond sugere que as empresas adotem diferentes abordagens para diferentes públicos e estratifiquem o nível de detalhes disponíveis - com a parte superior contendo as principais mensagens, seguido pelos níveis adicionais que oferecem maiores detalhes. Para fazer isso, porém, as empresas precisam de conhecimento sólido sobre os anseios e desejos dos públicos.
Reputação e receita
“Não existe uma única solução para a transparência”, diz ela. “Depende do ambiente em que você opera, das pessoas com as quais se comunica, dos valores e da cultura da sua empresa. É preciso que as empresas escutem seus consumidores e acionistas e reflitam seriamente sobre como eles retratam a cultura delas através de seus relatórios corporativos. As empresas falam muito, mas escutam muito pouco seus financiadores. Elas precisam se envolver em diálogos com seus acionistas e mostrar que se importam.”
A transparência não é fácil. Se muito limitada, você corre o risco de sofrer com a fúria de acionistas, se muito abrangente, pode levar à confusão e opacidade. As recompensas para aquelas empresas que conseguem o equilíbrio certo podem ser significativas, com a promessa de ganhos em reputação e receitas.
Estudo de caso: General Electric
O relatório anual de 2013 da GE se estendeu por 246 páginas e tinha 109.894 palavras. “Nenhum pequeno investidor no planeta Terra poderia entendê-lo”, disse o diretor executivo da GE, Jeffrey Bornstein.
Uma revisão fez com que o relatório de 2014 contivesse mais páginas (257), mas menos palavras (103.484). Ele também tinha 15 páginas introdutórias de gráficos sobre as receitas, crescimentos dos rendimentos por ação e funcionários. Os gráficos são mais fáceis para os investidores entenderem do que o texto corrido, justificou Bornstein.
Isso foi seguido em 2015, ao simplificar as notas de rodapé do relatório anual, que se estendia por 42.000 palavras. O relatório anual de 2016 possui uma introdução e resumo que coloca as informações financeiras da empresa em um contexto estratégico, diz Bornstein. O relatório está organizado em tópicos, realçando-se as informações críticas.
Então, em março de 2016, a empresa lançou um relatório integrado anual. Esse documento de 68 páginas dá aos investidores “uma visão geral e concisa da GE” ao se basear em informações do relatório anual, do relatório aos acionistas e do website de sustentabilidade.
“Quando você está online, quanto menos cliques precisar, mais eficiente você é. O mesmo ocorre com as divulgações. Quanto menos passos forem necessários para os investidores levantarem as informações, melhor”, disse Christoph Pereira, consultor-chefe financeiro, de garantias e corporativo da GE.
Referências
[1] https://www.sec.gov/answers/form10k.htm
[2] https://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=2741682
[3] https://ww2.cfo.com/disclosure/2016/04/rethinking-disclosure/