RELATÓRIO

Setor de Aviação: estratégias para o retorno das viagens

Airplane waiting for travel
Com os bloqueios e restrições de viagens devido à pandemia de Covid-19 persistindo em muitas partes do mundo, as operadoras de companhias aéreas, aeroportos, arrendadores e empresas de apoio ainda estão em uma posição desafiadora.
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O setor de aviação foi significativamente impactado pelas interrupções e restrições de viagens resultantes da pandemia de Covid-19. Com uma grande parte da frota global de aeronaves de passageiros ainda ociosa, o início de programas de vacinação pública em larga escala e testes lançados pelas companhias aéreas é uma fonte de otimismo entre as companhias aéreas, arrendadoras, aeroportos e empresas de apoio.

De acordo com a Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO, da sigla em inglês), o tráfego internacional de passageiros caiu 60% em 2020, retornando aos níveis de 2003. A previsão é que a indústria não retorne aos níveis de atividade de 2019 até 2024.

Quais são os desafios específicos que as empresas enfrentam?

Liquidez

É provável que o setor de aviação permaneça sem caixa em 2021, à medida que bloqueios, restrições de viagens e fluxo de passageiros continuem a surtir efeito. A previsão da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, da sigla em inglês) é de que o setor possui potencial de queima de caixa entre US$ 75 e US$95 bilhões.

Isso torna o gerenciamento de fluxo de caixa uma prioridade para companhias aéreas, arrendadoras e empresas de apoio, mas a incerteza é um risco evidente. Muitas empresas estão contando com o apoio do governo, que não durará para sempre, e a velocidade variável dos programas de vacinação torna difícil prever quando as restrições de viagens irão diminuir.

Custos operacionais

Até agora, a principal estratégia para reduzir os custos operacionais tem sido a redução dos níveis de pessoal, seja por meio de demissões ou pela colocação de trabalhadores em esquemas de licença do governo. Mas esta é apenas uma fonte temporária de alívio do estresse e cria mais problemas do médio prazo, quando os operadores estiverem procurando escalar novamente as operações, especialmente quando se trata de funcionários com conjuntos de habilidades mais especializadas e experiência que podem ser mais difíceis de recrutar quando o crescimento retornar.

Dívida e reestruturação

Para as companhias aéreas, a dívida de capital acumulada por meio da propriedade ou arrendamento de aeronaves representa grande parte de seus custos fixos. O International Bureau of Aviation (IBA) acredita que as diferentes escalas de implementação de vacinação "afetarão significativamente os padrões globais de viagens e os compromissos de rotas aéreas em 2021". A previsão é de um crescimento de receita de passageiros (RPK) de 60% nos Estados Unidos, 50% na Europa e 30% na América Latina, à medida que essas regiões começam a acompanhar o crescimento visto na China no final de 2020.

Inclusive, as empresas procuram negociar adiamento de pagamento com bancos e locadores. Os próprios locadores costumam ter entre 70% e 80% de dívidas em cada uma de suas aeronaves, e muitos estão em sérias dificuldades financeiras. Ao tentar sacar fundos, garantir mais financiamento ou reestruturar dívidas, é evidente que esforços conjuntos entre todos os participantes do mercado serão necessários por algum tempo.

Mudanças operacionais

Outra grande fonte de incerteza é simplesmente como é exatamente um retorno aos negócios para o setor de aviação. À medida que algumas companhias aéreas começam a realizar mais atividades, tem havido uma variedade de abordagens para o distanciamento social. Operar com uma capacidade inferior pode não ser viável como uma estratégia de longo prazo para operadoras menores com pouca reserva de caixa.

As arrendadoras estão procurando criar mais resiliência à volatilidade do mercado, com algumas empresas propensas a adotar novas abordagens para gerenciamento e precificação de frotas.

Quais as perspectivas de viagem para o setor de aviação?

A indústria da aviação enfrenta um longo caminho para a recuperação, mesmo com a demanda dos consumidores e empresas por viagens começando a retornar em 2021.

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