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Ao longo da última década, a importância da gestão de sustentabilidade aumentou significativamente em todo o mundo, não apenas em termos de como as pessoas vivem suas vidas, mas também como os governos estruturam a política, bem como as empresas desenvolvem modelos operacionais e se planejam para o futuro.
Por outro lado, a pandemia em curso produziu um desafio paradoxal para as empresas de médio porte.
Apesar da Covid-19, a necessidade de ação sobre a agenda da gestão de sustentabilidade nunca foi tão urgente.
Na visão de Daniel Maranhão, CEO da Grant Thornton Brasil, o desenvolvimento sustentável e, mais recentemente, com o movimento do mercado financeiro por motivação de investidores institucionais, a necessidade de gerenciar os impactos ESG (Environmental, Social and Governance) vem avançando no Brasil de forma considerável.
“As empresas já fazem uma gestão ESG em algum nível. O que falta é conectar e integrar tais variáveis à lógica do negócio e desempenho econômico-financeiro de maneira explícita, gerenciar e tomar decisões pautadas nos impactos positivos e negativos que podem gerar. Se negativo, gerencia-se para minimizar o máximo possível. Se positivo, para gerar valor para si e para partes interessadas-chave para o sucesso de qualquer operação”.
O executivo acrescenta, ainda, que em um mundo com tantos desafios, especialmente neste período de pandemia e pós, será impossível não ter esse olhar. “As empresas que acreditarem que estarão longe dessa pressão, enganam-se porque a pressão vem de todos os elos da cadeia produtiva onde se está inserido. Isto porque, a visão de investidores e, também, de agentes que financiam o capital tende a ser cada vez mais sistêmica. E nessa lógica, não será possível negar as interações ao logo de uma cadeia produtiva inteira. É esperado que a variável Social seja ainda mais relevante, já que a gestão ambiental é mais concreta sob o ponto de vista operacional”.
Linda Mannerby, líder de Sustentabilidade da Grant Thornton Suécia, também ressalta que “as empresas que entendem os desafios e riscos globais, adaptam seus modelos de negócios e gerenciam seus impactos, tanto positivos quanto negativos, têm uma oportunidade maior de sobreviver a longo prazo.”
Sustentabilidade no mercado intermediário
É evidente que a gestão sob o prisma da sustentabilidade se tornou um foco estratégico para empresas representativas e bem estabelecidas (as populares “blue-chip companies”). Em consonância com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, empresas como Shell, Unilever, Microsoft, Apple e American Airlines, para citar apenas algumas, anunciaram recentemente planos para reduzir suas emissões líquidas de dióxido de carbono a zero nas próximas décadas. O IBR (International Business Report) da Grant Thornton se concentrou na medida em que as empresas de médio porte estão adotando a sustentabilidade.
Os resultados mostram que uma proporção significativa de empresas de médio porte está sintonizada com sua importância: pouco menos da metade (48%) acredita que a sustentabilidade terá um impacto financeiro líquido positivo em seus negócios, enquanto um número semelhante (47%) espera uma abordagem sustentável para levar a uma maior eficiência operacional e custos mais baixos. Enquanto isso, 43% dizem que o sucesso financeiro aliado à abordagem da sustentabilidade na gestão dos negócios é de igual importância.
O mid-market está claramente sintonizado com a importância crescente de negócios mais sustentáveis, mas os dados também sugerem que muitas empresas de porte médio não têm certeza de como colocar em prática qualquer compromisso relacionado com a agenda. 48% concordam que a maioria das empresas de seu porte não sabem por onde começar quando se trata de medição de variáveis de negócio relacionadas à sustentabilidade.
Outro resultado notável é que as empresas em mercados emergentes estão priorizando questões de sustentabilidade em maior medida do que seus pares nas economias desenvolvidas, e esperam um maior impacto financeiro positivo em relação à integração dessa agenda.
Por que abraçar a sustentabilidade?
Um dos principais fatores motivadores para que as empresas de médio porte tornem a sustentabilidade um princípio estratégico norteador são as oportunidades de crescimento que esse tipo de abordagem pode criar.
Uma das principais motivações para integrar a sustentabilidade à estratégia é obter investimentos, pois ano após ano há mais capital no mundo alocado de acordo com os parâmetros relacionados. Muitos investidores e bancos também usam a agenda para a gestão de riscos.
João Rafael Araujo Filho, sócio líder de Transações da Grant Thornton Brasil, aponta que as variáveis ESG estão cada vez mais conectadas com a avaliação de riscos das empresas e sendo demandadas por clientes que estão atentos a isso. "Tem sido recorrente a preocupação com atração de capital para as operações que demandam isso e aquelas que possuem capital aberto começam a ser questionadas por investidores. Estamos vendo, por isso, uma crescente preocupação de empresas mid-market buscando a estruturação da gestão ESG de forma conectada às operações e estratégias de negócios.”
Ivri Verbin, CEO da Good Vision, explica: “outra questão é que, se eu quiser vender para uma empresa maior, vão querer que os fornecedores se alinhem com suas próprias metas de sustentabilidade, respondem por uma cadeia de suprimentos responsável.”
E este pode ser um fator que sustenta o fato de que as empresas em economias emergentes são mais propensas a priorizar a gestão de sustentabilidade de forma estruturada. Verbin observa que a demanda de grandes empresas de países mais desenvolvidos para implementar a sustentabilidade também está pressionando os países emergentes a cumprir essas questões, a fim de poder vender para eles.
A integração das variáveis da sustentabilidade às principais estratégias de negócios também impulsiona a inovação e o crescimento final dos negócios, explica Katerina Katsouli, diretora de ESG e Sustentabilidade da Grant Thornton Grécia. “O aumento da inovação resulta em um impulso às vendas, contribuindo fortemente para o crescimento dos negócios. As empresas socialmente responsáveis podem estabelecer um ponto claro de diferenciação de marca, ajudando a protegê-las de concorrentes de menor custo.
“Essas empresas também ganham muito valor quando se trata de reputação. São mais capazes de construir confiança com as partes interessadas, obter recomendações voluntárias de clientes e se proteger de escândalos, desafios regulatórios e outros riscos de reputação.”
O impacto de uma abordagem sustentável
De acordo com Emma Verheijke, sócia de Sustentabilidade & Consultoria de Impacto da Grant Thornton Holanda, à medida que a tendência para a sustentabilidade ganha ritmo, as empresas de médio porte simplesmente não podem se dar ao luxo de serem deixadas para trás.
“O que vemos na Holanda e em toda a Europa, é que há cada vez mais indicadores acelerando essa transição, de finanças e funcionários ao sentimento do cliente e até mesmo regras de licitações públicas. Então, se você não vai fazer essa transição e abraçar a gestão sob a ótica da sustentabilidade, seu negócio será à prova de futuro? Você vai estar por perto em cinco anos?”
Verheijke acrescenta: “Não tenho certeza se esse conceito realmente chegou ainda e acho que muitas empresas vão começar a sentir a dor de não fazer essa transição muito em breve. A abordagem da gestão de sustentabilidade não é mais um bom projeto: faz parte da sua estratégia central. Afeta os riscos, as oportunidades, o planejamento de longo prazo, como você lida com seu pessoal, os recursos e fornecedores, bem como a demanda do consumidor. As empresas que virem isso e anteciparem essas questões serão as que mais vão ter valor no futuro.”
Verbin concorda: “a revolução da sustentabilidade é, em muitos aspectos, como a revolução digital: empresas que se recusam a abraçá-la vão ficar para trás.”
No Brasil, Daniel Maranhão sinaliza que as empresas “de middle market estão buscando entender essa agenda para criar valor a partir de práticas, processos e ações já existentes, mas que ainda estão desconectadas de uma abordagem mais integrada sob o ponto de vista de gestão ESG à econômico-financeira.”
Brasil - Perspectivas sobre aspectos de sustentabilidade
70,8% dos empresários brasileiros entrevistados acreditam que a sustentabilidade terá um impacto financeiro líquido positivo em seus negócios, enquanto que globalmente esse índice ficou em 47,6%.
Com relação aos principais benefícios comerciais da sustentabilidade, os brasileiros foram bastante conservadores. Para mais de 60%, a conformidade com leis, regulamentos e requisitos de relatórios é seu principal benefício, seguida de melhor eficiência operacional e redução de custos (51,6%), e reputação corporativa / melhores relações com as partes interessadas (49,2%).
Para os empresários dos outros países, a melhora da eficiência operacional e redução de custos é o benefício mais importante (47,2%), e atender às expectativas dos clientes vem imediatamente depois (45,3%).
Globalmente, a maioria concorda que o sucesso financeiro e a sustentabilidade são igualmente importantes para os negócios. Esta foi a resposta de 56,4% dos brasileiros e 43,3% da média global. Eles afirmaram considerar aspectos da sustentabilidade em áreas como desenvolvimento de novos produtos e serviços, para atender à demanda do mercado (52,4% Brasil e 43,5% Global), estratégia de negócios (45,2% Brasil e 47% Global), e gerenciamento da reputação da empresa (46% Brasil e 38,2% Global), por exemplo.
A pesquisa também abordou questões ambientais, como as emissões de gases de efeito estufa, tema no qual 76,4% dos entrevistados afirmaram medir sua progressão e seu impacto, nas empresas brasileiras. Essa preocupação é 15% maior no Brasil se comparada com a média dos outros países (61,9%).
Com relação a questões sociais, como diversidade de gênero, taxa de absenteísmo (ausência não programada) e taxa de lesões, o Brasil também aparece na frente, com 80,4% contra 69,7% da média global de atenção e controle desses temas.
A governança, considerando riscos ambientais e sociais integrados às metas não financeiras da empresa, também aparece com destaque na tomada de decisão. No Brasil, 79,2% disseram manter esse controle, índice pouco acima do registrado globalmente, de 70,9%.
Os empresários brasileiros estão otimistas com a evolução da sustentabilidade nas empresas no próximo ano: 79,1% esperam um melhor desempenho de suas empresas em impacto ambiental; 78,1% acreditam que terão melhoras nas questões sociais; e 66,2% esperam melhor desempenho em governança.
Na avaliação dos entrevistados, a regulamentação e a burocracia na área de sustentabilidade, por parte do governo brasileiro, deve aumentar (46%), enquanto 23,2% acreditam numa diminuição. Para 66,8%, a pressão maior deve vir da demanda por produtos e serviços mais sustentáveis.
“Diante disso, um fato preocupante é que 49,2% concordaram que a maioria das empresas ainda não sabe por onde começar, quando o assunto é medição de sustentabilidade. Esta inabilidade se agrava na medida em que mais de 70% (52% concordam e 20,8% concordam fortemente) acreditam que a tendência global em direção à sustentabilidade exigirá mudanças fundamentais nos modelos de negócios das empresas”, ressalta Daniel Maranhão, CEO da Grant Thornton Brasil.
De fato, o IBR constatou que quase dois terços (61%) das empresas de médio porte pensam que as tendências globais de sustentabilidade exigirão mudanças fundamentais nos modelos operacionais em seu setor.
Valentina Yakhnina, gerente de Sustentabilidade da Grant Thornton Israel, acrescenta: “um efeito colateral de se tornar mais sustentável em termos da sua gestão de recursos é que você pode aumentar a eficiência e reduzir os custos. Por exemplo, se você concentrar esforços para reduzir a quantidade de materiais que você usa, ou encontrar novas maneiras de reduzir o desperdício.”
Os obstáculos para se tornarem mais sustentáveis
Para muitas empresas no mercado intermediário, o recurso financeiro necessário para implementar um programa de sustentabilidade é um grande obstáculo a ser superado e que se tornou ainda mais um problema como resultado das pressões financeiras em torno da Covid-19.
Julia Höglund, consultora de Sustentabilidade da Grant Thornton Suécia, comenta que o maior desafio é o curto prazo. “Mesmo se não quisermos ser, ainda estamos em um sistema em que somos forçados a cumprir metas financeiras trimestrais, e isso ainda está impulsionando a mudança dentro das empresas. A pergunta que costumamos fazer para os clientes é: 'Qual é o retorno desse investimento? Às vezes é difícil de responder em termos financeiros porque depende de tantos fatores globais e de consumo. O que podemos medir, no entanto, é o retorno do investimento em atividades de ESG (Governança Ambiental, Social e Corporativa – da sigla em inglês), que podem ter impacto no desempenho financeiro global.”
Identificação do Valor
Sue Almond, líder global de Assurance na Grant Thornton, diz que as conclusões do IBR, que muitas empresas constataram desenham uma forte relação entre ESG e desempenho financeiro, foram particularmente encorajadoras. Ela explica: “O desempenho financeiro do negócio sustenta sua própria sustentabilidade. Portanto, se há uma linha clara de visão a partir de ações ESG para o desempenho financeiro global da empresa, então você tem esse imperativo de negócio: esta é a maneira como você conquista corações e mentes dos clientes.”
Markus Hakansson, líder de Sustentabilidade Empresarial Consultiva da Grant Thornton Suécia, acrescenta: “sua capacidade de criar valor como uma empresa não depende apenas de fatores financeiros. Fatores não financeiros, sociais e ambientais, estão ligados a 80% da capacidade de a empresa criar valor e, no final, o valor é o dinheiro.
“Mas esse valor, que pode ser o conhecimento dos funcionários ou capital estrutural, pode ser mantido na empresa por muitos anos antes de se transformar em dinheiro. Entender esse conceito de sustentabilidade pode ser um problema para a diretoria e para os proprietários.”
Primeiros passos rumo à uma gestão integrando as variáveis ESG de sustentabilidade
CHECKLIST
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• Crie um diálogo com os stakeholders: quais são as suas metas de gestão de sustentabilidade, e como é que eles querem que você os ajude a concretizar estes objetivos?
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• Avalie o seu impacto atual: faça o mapeamento da cadeia de valor para entender quais impactos positivos e negativos que você está fazendo em termos de meio ambiente, a sociedade e os direitos humanos, por exemplo.
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• Estabeleça metas relevantes: quais são as suas metas de sustentabilidade e como você vai alcançá-las?
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• Obtenha adesão em toda a sua empresa: estabeleça uma linha clara de visão de sustentabilidade para o desempenho financeiro e a sobrevivência a longo prazo.
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• Comunique: explique aos stakeholders o que você está fazendo e por quê.
Höglund diz que o segredo para definir quais são os objetivos de sustentabilidade de uma empresa é abrir um diálogo com os stakeholders. “Trata-se de descobrir o que os stakeholders realmente exigem”, explica ele. “Esses stakeholders vão de investidores e credores a clientes, funcionários e público em geral”. De acordo com o IBR, 49% das empresas de médio porte esperam enfrentar mais pressão dos futuros talentos existentes e para se tornar mais sustentáveis no próximo ano, enquanto 55% esperam enfrentar mais pressão de seus clientes.
Verbin acrescenta: “A ideia de sustentabilidade é entender as expectativas dos stakeholders e tentar responder como um negócio. O diálogo vai fornecer insights importantes e vai resolver muitos dos seus problemas. Não dá para ser uma empresa inovadora, sem ouvir; e as redes sociais facilitam muito ouvir”.
Ao mesmo tempo, diz Mannerby, as empresas precisam avaliar sua posição atual em termos de ambiente e sociedade. “Você precisa entender quais são os impactos positivos e negativos. Uma das maneiras mais simples de fazer isso é mapear sua cadeia de valor: este tipo de análise de impacto pode ajudá-lo a chegar aos membros do conselho, conscientizando e identificando riscos”, explica.
As empresas precisam ser claras desde o início sobre o que estão tentando alcançar se tornando mais sustentáveis, explica Verheijke. “Isso é compliance? Comunicação? Finanças? Atrair e reter talentos - ou todas as anteriores? Porque isso vai ditar a direção que você irá seguir”.
Uma vez estabelecidas as metas e as áreas de impacto material, as empresas podem decidir quais estruturas de relatório e avaliação se encaixam melhor, acrescenta ela, em vez de começar com uma estrutura ou metodologia específica e voltar atrás.
Mark Hucklesby, diretor de Informações Financeiras na Grant Thornton, afirma que os recentes desenvolvimentos em relatórios de sustentabilidade são susceptíveis de conduzir ao desenvolvimento de um conjunto unificado de padrões de relatórios não financeiros para substituir o grande número de padrões de sustentabilidade competindo atualmente em operação.
“Muitas perguntas sobre sustentabilidade estão sendo feitas por vários stakeholders envolvidos em suas cadeias de abastecimento. Não conseguir articular uma resposta clara quando questionado sobre a sua filosofia de sustentabilidade vai dificultar futuras oportunidades. Um conjunto integrado e unificado de padrões de sustentabilidade vai fornecer muita transparência e comparabilidade necessárias”, explica.
Verbin diz que é importante conseguir adesão aos programas de sustentabilidade de toda a organização: “Eu sugeriria ter o envolvimento dos funcionários na formação de tais programas: os funcionários estão conectados, e muitos deles são millenials, cresceram na revolução de sustentabilidade e isso faz parte da essência deles. Eles são também mais perto dos aspectos práticos”.
Daniel Maranhão aponta, ainda, que a cultura das empresas brasileiras e de seus funcionários em relação à gestão de sustentabilidade é um desafio, pois trata-se de aumentar o nível de consciência sobre comportamentos e decisões pautadas de forma conectada e integrada a partir das estratégias de negócio e o maior obstáculo para essa evolução cultural é conseguir romper silos, já que estes estão centrados em suas agendas, interesses e tecnicidades em enxergar o todo.
“É preciso enxergar o todo para conectar as partes e o único espaço possível para essa percepção depende da alta liderança (tomadores de decisão) de qualquer empresa, em todos os portes. O desenvolvimento organizacional atrelado a uma cultura desejada de gestão pautada em Sustentabilidade (Econômica-financeira, Ambiental, Social e Governança) permite uma visão mais clara de futuro, qualifica melhor as pessoas, retém profissionais, atrai novos, reduz custo, aumenta eficiência operacional. Enfim, os argumentos são muitos mas os resultados só aparecem se, de fato, houver um entendimento claro das empresas e, acima de tudo, com o sponsorship – especialmente da liderança principal na condução dos negócios".
Para o executivo, o principal papel desse sponsor (CEO, Presidente de Conselho) é garantir um alinhamento entre a estratégia, com a gestão e com a comunicação, porque se não houver coerência e consistência a empresa corre o risco de cair no descrédito e tudo que Sustentabilidade pretende é garantir comportamentos mais responsáveis e adequados para um mundo que se mostra cada vez mais complexo.
No mesmo espírito, a comunicação, pautada em um engajamento planejado, com identificação clara de questões materiais e pautada nos impactos reais do negócio e a partir dele, é fundamental para construir um diálogo e aumentar a confiança junto a potenciais clientes, investidores e outros stakeholders, Yakhnina acrescenta: “Não tem que ser um longo relatório, mas deve ser uma explicação muito clara e prática do que exatamente você tem feito e qual o valor que ele traz”.
Colocar a gestão de sustentabilidade no centro da estratégia
Em última análise, Hakansson diz que as preocupações com a gestão sustentabilidade (incluindo a variável do desempenho econômico-financeiro) devem ser colocadas no centro de toda a tomada de decisão da empresa. “Não se trata apenas de colocar a sustentabilidade no modelo de negócio: também precisa alimentar a estratégia, as táticas e as operações”, esclarece ele.
“Na situação ideal, todas as decisões sobre o nível tático, operacional e estratégico devem ser feitas com base no triplo resultado, levando em consideração seu impacto ambiental, social e financeiro”.