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Empresas de médio porte deveriam se sentir capacitadas a pedir um atendimento melhor dos seus bancos, diz o credor sueco que está desafiando os principais players globais.
Quando o chanceler do Reino Unido, George Osborne, recentemente encomendou um estudo sobre como as pequenas e médias empresas britânicas estão sendo atendidas pelos bancos do país, não foi um credor nacional que obteve as melhores notas - foi o Handelsbanken da Suécia.
O mais recente Índice Ampliado de Satisfação de Desempenho, uma pesquisa independente sobre satisfação dos clientes com bancos do Reino Unido, também colocou o Handelsbanken em primeiro lugar para satisfação de clientes corporativos e fidelidade pelo sétimo ano consecutivo.
Embora seja bem estabelecido em seu país de origem desde 1871, o Handelsbanken opera no Reino Unido desde 1982 apenas - sendo razoavelmente novo em termos bancários e sendo parte de um número crescente de bancos desafiantes em todo o mundo.
Serviço descentralizado
"Nós conseguimos oferecer um tipo de serviço diferente de outros bancos porque temos um modelo de negócios descentralizado", explica Richard Winder, um porta-voz do Handelsbanken. "A nossa estrutura permite que as nossas equipes dos bancos locais tomem todas as decisões que interessam aos clientes em termos de empréstimos, modelagem de produtos sob medida, preços e serviços. Eles estão em uma posição melhor para identificar o que os clientes precisam, e eles têm o poder de conseguir oferecer isso".
Outros credores não são flexíveis e ágeis. O Business Banking Insight, um estudo encomendado pelo Chanceler, constatou que as empresas de médio porte deram aos bancos uma pontuação média de 65% de satisfação com suas contas e, além disso, não deram uma classificação de cinco estrelas para nenhum credor. Os bancos claramente têm muito trabalho a fazer para melhorar os seus relacionamentos com os clientes de médio porte.
Os disruptores no setor estão bem cientes disso e já estão começando a capitalizar as oportunidades que se apresentam. Serviços de peer-to-peer lending pela internet, por exemplo, estão oferecendo para as empresas de médio porte a oportunidade acessar o financiamento através de diversos investidores individuais. As start-up espanholas Arboribus e Comunitae conseguiram mais de 6 milhões de euros e 27 milhões de euros, respectivamente, dessa forma.
A tecnologia blockchain pode representar outro desafio potencial para as tradicionais relações entre credores, tomadores e as empresas de médio porte. "As aplicações desta tecnologia visam modernizar o mercado de crédito ao consumidor, permitindo que investidores e tomadores se relacionem diretamente, removendo os bancos e as plataformas intermediárias da transação", afirma Antonio García-Lozano, Consulting Leader na Grant Thornton Espanha.
Um caso assim é o da start-up americana LoanCoin - uma rede descentralizada de crowdlending que funciona com tecnologia blockchain, fornecendo empréstimos em praticamente qualquer moeda com despesas operacionais muito baixas e lucros maiores para os investidores.
Oportunidades para o mercado de médio porte
A concorrência está visivelmente crescendo, mas se os bancos tradicionais tiverem sucesso em transformar e mudar seus relacionamentos com os clientes de médio porte, a oportunidade apresentada por este setor é ótima. "O mercado de médio porte é onde você pode encontrar o crescimento mais rápido e mais forte", afirma Thomas Stewart, Diretor Executivo do American National Center for the Middle Market, que é patrocinado pela firma-membro Grant Thornton Estados Unidos. "Estas empresas ocupam o desejado lugar entre resiliência e agilidade", acrescenta Stewart.
Um estudo do Bank of London and the Middle East (BLME) constatou que 70% das empresas analisadas buscaram um financiamento bancário nos últimos quatro anos, em comparação com 47% das empresas em 2014. "Nós acreditamos que existe uma boa oportunidade para os bancos que são focados em empresas de médio porque esta área não é bem atendida pelos bancos maiores", afirma Jervis Rhodes, Chefe de Corporate Banking no BLME.
Uma nova ameaça
No entanto, os credores que acreditam que podem fazer os "negócios habituais" com o mercado de empresas de médio porte devem pensar novamente. A popularidade do Handelsbanken é um sinal de uma nova ameaça competitiva no horizonte. A pesquisa do BLME constatou que de todas as solicitações por financiamento feitas por empresas por algum tipo de financiamento nos últimos quatro anos, uma em cada cinco era direcionada a um banco desafiador - um banco menor, start-up, que visa uma participação de mercado de players maiores.
"Os bancos desafiadores naturalmente atendem mais empresas de médio porte porque eles próprios estão nesta área dentro do mercado bancário, então eles têm uma afinidade mútua", afirma Rhodes.
O que os clientes valorizam
Pergunte para qualquer empresa de médio porte o que eles valorizam em seus credores e eles vão citar a capacidade de entender e responder às suas necessidades, e serem tratados como iguais.
Quão longe um banco está disposto a ir para ajudar você é uma forma de identificar quão valioso você é como cliente. Quando a Faith in Nature, um fabricante britânico de produtos naturais para cuidados da pele e de cabelo, começou a negociar com uma grande empresa americana, o processo de pagamento transatlântico gerou alguns problemas. "O primeiro pagamento deles para nós foi por cheque, e em dólares", explica o Diretor de Finanças, Peter Broude. "Nós precisávamos do dinheiro rapidamente, mas o processo levava muito tempo".
Felizmente, o banco da Faith in Nature foi capaz de ajudar Broud e sua equipe a entenderem o motivo do atraso e a implementarem um processo para gerenciar situações semelhantes que surgirem novamente no caminho deles. "Nós conversamos com eles e eles nos deram várias opções, assim nós podemos estar um passo à frente da próxima vez", ele acrescenta.
Esforço de duas vias
Para que qualquer relacionamento seja bem sucedido, ele precisa que os dois lados se esforcem. "As empresas e seus credores devem ter como objetivo evitar surpresas", afirma Mike Conroy, Diretor de Corporate e Commercial Banking da British Banking Association. "É importante ter discussões com bancos para estabelecer os planos para o futuro e para que eles saibam se as circunstâncias ou os desafios vão mudar".
Enquanto isso, Winder, do Handelsbanken, afirma que as empresas devem sempre falar se eles não estiverem recebendo o que elas precisam. "As empresas devem se sentirem capacitadas a fiscalizar os serviços que elas recebem dos seus bancos e, se elas não estiverem satisfeitas, elas devem pedir por mais e melhores serviços".