A preocupação de líderes brasileiros de empresas de médio porte com o impacto do custo de energia sobre seus negócios ganhou impulso no estudo semestral International Business Report (IBR) referente ao segundo semestre de 2023.

O porcentual de executivos que relataram esse temor ficou em 43% (alta de quatro pontos percentuais), enquanto na América Latina chegou a 36% e no índice global, a 52%, em ambos com queda de dois pontos percentuais.

Os maiores índices desse impacto foram registrados entre líderes empresariais da Índia (64%), da Itália (61%), da França (61%), da Nigéria (61%) e do Reino Unido (60%). Enquanto na Índia e no Reino Unido esse efeito foi menor agora em relação à pesquisa anterior, com quedas de 6 pontos percentuais e um ponto, respectivamente, nos demais países houve alta, sendo a maior delas verificada na Nigéria, com alta de 17 pontos percentuais.

Elica Martins - Sócia Líder de Energia da Grant Thornton Brasil

Para Élica Martins, sócia líder de Energia e Recursos Naturais da Grant Thornton Brasil, a pesquisa vem registrando, ano a ano, aumento na percepção por parte de empresários em relação aos efeitos do custo de energia global nos negócios.

 “É preciso levar em consideração a realidade e a principal fonte de energia de cada país, uma vez que o impacto no custo de empresas em alguns países pode estar ligado ao aumento do preço do petróleo, principalmente, já que é um componente importante na formação do preço da energia. Já no Brasil temos uma diversidade de fontes de energia na nossa matriz energética”.

A executiva lembra que “o último exercício apresentou períodos de oferta excedente e o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), indicador utilizado como valor de referência para a comercialização da eletricidade no Mercado de Curto Prazo, indicando tendência de preços atrativos devido às boas condições para geração de energia nas usinas, bem como do nível dos reservatórios das hidrelétricas favoráveis neste período, principal fonte de geração elétrica brasileira”, diz.

A abertura do mercado livre de energia para grandes consumidores, no início de 2024, aqueles atendidos por uma tensão igual ou superior a 2,3 kilovolts (kV), classificados como Grupo A, permitindo que agora possam optar pela compra de energia de qualquer concessionário permissionário ou autorizado de energia elétrica do Sistema Interligado Nacional, de acordo com a Portaria do Ministério das Minas e Energia (MME) número 50/2022, tende a favorecer muitas empresas no que diz respeito a custos.  

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As empresas que estão autorizadas a negociar a compra de energia no mercado livre conseguem negociar preços mais atrativos e assim reduzir o alto custo de energia em sua operação, preocupação de empresários apontada na pesquisa da Grant Thornton Brasil.

Élica Martins, sócia líder de Energia e Recursos Naturais da Grant Thornton Brasil

A executiva lembra que a abertura deverá provocar uma migração de consumidores comerciais e industriais, principalmente de médio porte, para esse ambiente de negociação em busca dessa redução no custo de energia em sua operação e ainda podendo escolher a fonte de energia. Essa redução, no entanto, segundo Élica, deverá ser percebida de forma mais efetiva somente a partir do exercício de 2024.

 

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