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Finep Startup: saiba como captar recursos e evoluir para scale-up

Daniel Souza Daniel Souza

Você possui uma startup com um produto ou serviço já desenvolvido, e tem um mercado potencial à espera. Deseja partir para o scale-up, mas identifica que o seu negócio se encontra num estágio em que o apoio de um investidor-anjo já não é mais suficiente e você ainda não atingiu o patamar que os fundos de investimento exigem. Pois saiba: você não está sozinho.

Os especialistas da área chamam esta etapa do processo, muito comum entre empresas de base tecnológica e de inovação, de o "Vale da Morte". É quando as startups, que conseguiram romper as dificuldades iniciais, encontram o desafio de ter que injetar mais dinheiro para se manter em funcionamento e produzindo.

Foi pensando nesse público que a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) – ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação –, criou o Programa Finep Startup. O programa prioriza empresas que tenham superado a fase das ideias e que já possuam um protótipo ou um produto viável mínimo com potencial comercial comprovado. 

Investimento em startups mais amadurecidas

Um diagnóstico feito pela própria Finep mostra que, para as startups em fase inicial, já existem muitas alternativas de apoio no mercado, como programas de incubação, de aceleração, recursos de subvenção do próprio governo e outras fontes como os equity crowdfundings, suficientes para suprir a demanda de capital. Para as empresas mais amadurecidas, que começam a projetar expansão e consolidação, faltam opções. 

Criado em 2017, o Finep Startup, entrou na quarta rodada de investimentos. As inscrições para tomar parte do programa se encerram em 28 de fevereiro. Serão disponibilizados cerca de R$ 30 milhões para até 30 empresas de inovação, ou seja, na média R$ 1 milhão por startup. E a depender da evolução do plano de negócios, a empresa aprovada ainda poderá receber novo aporte de até R$ 1 milhão. 

Mas se você está interessado, prepare-se: a competição é muito acirrada. Na primeira rodada mais de 500 projetos foram inscritos - o equivalente a quase 17 concorrentes para uma chance de receber o dinheiro. Então o que fazer para se sair bem?

Requisitos para concorrer ao aporte financeiro

O edital oferece benefícios para os negócios que, na inscrição, apresentarem uma carta de compromisso de um investidor-anjo. Na avaliação, a startup recebe 1 ponto a cada R$ 50 mil que forem declarados em cartas compromissos de um investidor privado, podendo a bonificação chegar no máximo a 5 pontos, o equivalente a R$ 250 mil em promessas de injeção de dinheiro de terceiros. 

Além de evitar que startups não dependam apenas de recursos públicos, o mecanismo de bonificação alavanca a participação desses anjos privados no processo. Também para que auxiliem no monitoramento e acompanhamento das startups, para garantir que elas invistam os fundos corretamente e orientá-las para um caminho de sucesso. 

Porém só ter um investidor-anjo não basta. Outros 15 pontos estarão em disputa (no total são 20) e sob o julgamento de uma banca examinadora. As startups candidatas serão submetidas a três etapas de avaliações, tendo o preenchimento do edital como uma das partes fundamentais.

Como preencher o edital corretamente e ter destaque?

A Finep permite que empresas especializadas e consultores auxiliem os candidatos nesta construção. Dessa forma é possível garantir diversos elementos essenciais para que o seu negócio tenha maiores chances de ser selecionado, como:

  • Descrição detalhada: em seleções como essa, o projeto precisa ser descrito da maneira mais detalhada possível. Para isso, é preciso dedicar tempo nesse processo – o que pode ser desafiador para startups que, geralmente, têm um quadro reduzido de pessoas;
  • Conhecimento técnico: em geral, para o preenchimento dos termos é necessário conhecimento técnico, até da linguagem utilizada em determinados aspectos em que são exigidas uma série de informações financeiras e econômicas, além de documentos comprobatórios. Esse processo quase sempre depende do auxílio de um grupo heterogêneo de profissionais, como contadores, economistas e engenheiros.

Com o auxílio de profissionais especializados é possível atender aos detalhes de preenchimento e, principalmente, realizar um diagnóstico capaz de comprovar a viabilidade econômica do produto que será desenvolvido ou até auxiliar na mudança de rumo do projeto, de forma a adequá-lo e torná-lo mais factível às condições exigidas.

Numa conversa com Raphael Braga, superintendente da Área de Empreendedorismo e Investimento da Finep, ele explica que a adoção desse modelo de contrato foi feita para que a agência tivesse agilidade na seleção das startups, evitando uma discussão sobre valuation neste primeiro momento.

Para minimizar consideravelmente o risco, a Finep por sua vez, concentra seus esforços em um processo de seleção robusto, focado em selecionar startups com soluções inovadoras, com potencial de geração de valor para a sociedade, alta escalabilidade e uma equipe qualificada para levar viabilizar a execução da proposta.

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