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Políticas comerciais protecionistas, deportação de imigrantes ilegais, cortes tributários para pessoas físicas e jurídicas, maiores gastos em infraestrutura e menor regulamentação governamental são todos compromissos que Donald Trump fez durante sua campanha. Muitos se perguntam se estes compromissos são uma prévia da presidência com Trump. Devemos esperar o candidato ou o compromisso?
Em um recente webcast promovido pela Grant Thornton US, Gregory Daco, chefe de Macroeconomia dos Estados Unidos para a Oxford Economics, deu respostas à essas perguntas, com ilustrações baseadas nos modelos e análises da Oxford Economics.
Algumas das promessas do candidato Trump são vistas como favoráveis às empresas, enquanto outras podem ser negativas para a economia a longo prazo.
Avaliando as promessas, Daco identificou potenciais avanços da política em investimento público no comércio, imigração e impostos, bem como outras decisões monetárias que podem afetar as empresas americanas.
Mudanças serão determinadas por comprometimento
“Um dos riscos desta administração é que pode surgir uma era de tentativa e erro", disse Daco. "Ele tenta algo e, não dando certo, ele retira. Se der certo, ele mantém. Isto cria um nível de incerteza".
Qual mudança potencial no ambiente político tem maior impacto em sua empresa?
Principais promessas de campanha de Trump:
- Saída da OMC e NAFTA e rejeição ao TPP (Tratado Transpacífico).
- Imposição de uma tarifa de 45% sobre as importações chinesas e de 35% sobre as mercadorias mexicanas.
- Construção de um muro na fronteira Estados Unidos-México e aumento da deportação de imigrantes ilegais.
- Desconstrução da ACA (Lei de Proteção ao Paciente e da Saúde Acessível)
- Simplificação do código fiscal e implantação de cortes tributários que beneficiam principalmente os ricos e as empresas
- Redução da regulamentação governamental, incluindo a baixa dos poderes da EPA (Agência de Proteção Ambiental) e desconstrução da Lei Dodd-Frank.
- Aumento dos gastos em infraestrutura para reparo de estradas e pontes antigas no país.
- Rescisão do acordo nucelar com o Irã e aumento das tropas no combate ao EI.
Trump terá poder executivo para sair dos acordos comerciais, impor tarifas, revisar políticas de imigração, alterar regras regulatórias e retirar tropas ou lançar ações militares. Mas, ele precisará da cooperação do Congresso sobre sanções econômicas, nomeação do Gabinete, cortes tributários, cortes e aumentos nos gastos federais e gastos com infraestrutura.
Enquanto os Republicanos detêm maioria nas câmaras do Congresso, discordâncias entre Trump e líderes do partido, além de frações em guerra dentro da própria coligação, provavelmente matarão ou diluirão algumas das propostas do presidente. Já a pequena maioria do Partido Republicano no Senado precisará de apoio dos Democratas.
A previsão da Oxford Economics assume uma visão pragmática
Dado o discurso de aceitação conciliador de Trump e o fato de que algumas de suas políticas precisarem de aprovação do congresso, ele pode assumir uma posição mais moderada, abrandando preocupações de pessoas físicas, empresas e mercados financeiros.
Veja possíveis cenários, pressupondo uma posição mais moderada de Trump e a cooperação do Congresso:
- Tarifas sobre certos países e setores empresariais, que poderiam aumentar a inflação, devido ao maior custo de mercadorias, além de ações de represália de países como a China;
- Aproximadamente $500 bilhões em cortes tributários durante a próxima década, mas igualmente distribuídos a todos os níveis de renda para garantir o apoio do congresso;
- Cerca de $125 bilhões em investimentos para a área de infraestrutura, que provavelmente receberá apoio bipartidário;
- Promulgação, pelo Congresso, de $325 bilhões em cortes de gastos federais durante a década, a fim de compensar alguns dos cortes tributários e gastos em infraestrutura;
- Cerca de $200 bilhões em receitas adicionais de um imposto único de 10% sobre lucros estrangeiros não tributados, ao invés do imposto de 35%;
- Cerca de $20 bilhões em receitas agregadas da tributação dos ganhos atualmente designados como portadores de juros, com a renda empresarial comum;
A Oxford Economics prevê um crescimento de 1,9% no PIB em 2017, em comparação com a visão de Trump de aumento de 4%. A inflação aumentaria para 2,2, exigindo provavelmente que o Banco Central dos Estados Unidos elevasse as taxas de juros. Os gastos do consumidor aumentariam 2,3%, enquanto a economia adicionaria 1,2 milhão de empregos.
"A economia dos Estados Unidos provavelmente continuará a enfrentar um crescimento moderado a curto prazo", disse Daco. "O impacto da presidência com Trump a longo prazo dependerá de como ele executar suas políticas".
Ouça a avaliação de Daco no Webcast de análise econômica pós-eleição da Grant Thornton US e baixe a apresentação.